É natural o desespero mundial em busca da vacina contra a Covid19. Inúmeros países são usados para embasar as críticas ao governo federal pela “demora” na compra e liberação. Irônico lembrar que ao longo do tempo o Brasil consolidou posição de vanguarda na produção de vacinas. Também é referência na organização e execução de campanhas de vacinação neste país-continente.
O terror difundido de forma maciça pela maioria da mídia fez com que muitos países comprassem vacinas que sequer chegaram à conclusão da chamada Fase 3 da pesquisa. Algumas vacinas sequer são usadas nos países de origem. Em outros casos, os laboratórios não se responsabilizam pelos efeitos colaterais.
Laboratórios visam o lucro. Seria ilusório imaginar que essas indústrias abririam mão do faturamento para “salvar a humanidade”. São “heróis” que vendem ilusões, como trabalham pela vida, no combate às doenças que ameaçam o mundo. Mas não há nenhuma responsabilidade social dessas empresas?
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Quem conhece o submundo desse segmento tem ideia dos artifícios usados para conquistar mercados. Basta constatar a enorme quantidade de farmácias inauguradas a cada dia no país. A hipocondria – popularmente chamada de “mania de doença” – acomete boa parte da população brasileira.
Isso é estimulado através da massacrante propaganda de medicamentos, somada à publicidade das farmácias. Sou leigo no assunto, mas no Brasil a legislação que regulamenta a propaganda de remédios deveria ser mais rigorosa. Cada comercial promete milagres que, cá entre nós, são impossíveis de serem cumpridos. Alguém tem notícia de punições?
No caso da vacina contra a Covid-19, também chama atenção a velocidade com que alguns laboratórios produziram a imunização. É um caso inédito. Ouço que normalmente são necessários no mínimo três anos e meio para liberar uma vacina. Além disso, existe a questão envolvendo a responsabilidade das autoridades ao liberar uma droga a ser inoculada em toda a população.
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Não é preciso ter bola de cristal para saber o que acontecerá na ocorrência de um único caso de efeitos colaterais no Brasil. Posso imaginar a manchete de abertura de um determinado noticiário de abrangência nacional de tevê.
A manipulação da informação é tão velha quanto o mundo. Num país onde o capital interfere no conteúdo, não estranha o tipo de “noticiário” que lemos/ouvimos/assistimos nos dois últimos anos. A queda no faturamento publicitário é um GPS a orientar a abordagem dos conteúdos jornalísticos. É lamentável que, no Brasil, a Rede Globo, de tantos prêmios internacionais, não fique vexada com a postura adotada a cada programa.
Quem faz da Covid-19 um tema de politização e de ideologização do noticiário sempre acusa os outros. Mas “esquece” convenientemente de olhar-se no espelho da consciência.
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