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A tragédia com um ônibus que levava 38 santa-cruzenses para um casamento em Candelária

Na semana passada, lembramos da queda da ponte sobre o Rio Pardo, na estrada entre Santa Cruz do Sul e Candelária, hoje RSC-287. A travessia sequer havia sido inaugurada e ruiu durante uma enchente em 1º de outubro de 1953. Leitores pediram mais detalhes, em especial sobre a queda de um ônibus dentro do rio, matando duas senhoras.

A ponte, com 91 metros de comprimento, era uma esperança para acabar com a travessia do Pardo com barca. Quando a população se preparava para inauguração, ela foi por água abaixo. O Daer prometeu que a recuperação seria em 300 dias, mas isso só ocorreu cinco anos depois.

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Em dias de chuva, era comum carros, caminhões e ônibus atolarem pelo caminho. E o uso de barca complicava ainda mais. Em 15 de novembro de 1953, quando da corrida automobilística denominada de Circuito do Fumo, foi preciso montar uma complicada logística para a travessia dos 30 pilotos. Cronometristas e fiscais ficaram posicionados no local, registrando o tempo que os corredores perdiam na barca.

Mas a grande tragédia ocorreu em 6 de setembro de 1957, quando um ônibus de turismo da Funerária Martin, de Santa Cruz, precipitou-se no rio no momento em que iria acessar a barca. Ele levava 38 santa-cruzenses para um casamento em Candelária. O motorista Jorge dos Santos contou que o veículo perdeu o freio e a caixa de câmbio quebrou, não sendo mais possível controlá-lo.

Forte correnteza, derrubou a ponte sobre o Rio Pardo antes dela ser inaugurada | Foto: Arquivo Folha de Candelária

O ônibus ficou a cinco metros de profundidade e as senhoras Lilly Baumhardt (79 anos) e Edith Martens (65) morreram. Lucio Decker, de 2 anos, escapou das mãos de um familiar e foi levado pela correnteza por 100 metros. Um morador ribeirinho se jogou na água e conseguiu retirá-lo. O menino salvou-se, o que foi considerado um milagre.

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Diversos passageiros foram atendidos no hospital de Candelária. Presentes e barris de chope que seriam consumidos na festa, foram perdidos. Os noivos Hildor Decker e Wilma Heidrich adiaram o casamento.

Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul

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Bruno da Silveira Bica

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Bruno da Silveira Bica

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