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SANTA CRUZ DO SUL

A sabedoria caingangue fica no Centro até esta quarta-feira

Foto: Rafaelly Machado

Indígenas da tribo caingangue de Miraguaí, na região Noroeste do Rio Grande do Sul, estarão até esta quarta-feira, 19, vendendo chás e plantas medicinais na Praça Getúlio Vagas, no Centro de Santa Cruz do Sul. A atividade é autorizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e traz um pouco da cultura e do conhecimento sobre ervas que, no caso dos indígenas, são passados de pai para filho.

Cláudio Galvão é o patriarca do pequeno grupo. Junto dele estão Alzira e Luciano, que são mãe e filho. Eles vieram da aldeia para fazer a divulgação em Santa Cruz. “Já faz mais de dez anos que nós percorremos o Estado mostrando os chás e as plantas que fazem bem para a população. Trouxemos mais de 90 plantas diferentes, usadas para cura de muitas doenças”, conta Galvão.

A granel, os caingangues comercializam os chás por porções. Da bolsa de Alzira saem plantas processadas para serem consumidas como chás ou adicionadas a bebidas, como o próprio chimarrão. “Parte destas ervas vem da tribo, outras que não são nativas são trazidas de terras indígenas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, explica Galvão, que vai bem no português. Alzira e Luciano dominam mais o dialeto da tribo.

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Na tribo de Miraguaí são mais de 4 mil famílias de indígenas. As plantas que são usadas para infusões e chás carregam o conhecimento da natureza, que no caso dos caingangues é milenar. “São plantas que foram incorporadas a nossa cultura, que foram conhecidas no dia a dia, muitas vezes observando o próprio comportamento dos animais.”

Os caingangues ficam em Santa Cruz até esta quarta-feira, 19. A banca dos chás foi instalada na Praça Getúlio Vargas, no Centro. Entre as plantas mais procuradas no Estado estão os chás estimulantes, para problemas digestivos, nas articulações e ansiedade. “O homem branco está muito nervoso e ansioso. Precisa de cuidados medicinais da nossa tradição”, argumenta o indígena.

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