Recordar é viver, diz o ditado. Era uma vez, quando os auditores do Tribunal de Contas do RS (TCE/RS) embarcavam em ônibus rumo aos órgãos fiscalizados. Munidos de pastas e canetas, mergulhavam em montanhas de documentos físicos e produziam relatórios à mão. A máquina de escrever, peça desse cenário analógico, era disputada como um tesouro. Fazia-se fila para usar uma.
Hoje, essa realidade parece um filme antigo. O TCE/RS abraçou a era digital com maestria. Processos integralmente digitais, assinaturas eletrônicas, algoritmos inteligentes na fiscalização de licitações, contratos e despesas, drones e satélites capturando imagens aéreas detalhadas e uma máquina que é capaz de extrair amostras de asfalto para análise laboratorial são exemplos que ilustram o poder da tecnologia.
Computadores, internet e celulares se tornaram ferramentas indispensáveis para os auditores, proporcionando acesso instantâneo à informação. Os deslocamentos, antes frequentes, são pontuais. Essas tecnologias permitem um controle mais concomitante dos atos e fatos. No passado, a auditoria acabava fiscalizando coisas consumadas.
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Outro ponto é a facilidade de integração entre os diferentes órgãos da Administração Pública brasileira. Sistemas interconectados e plataformas colaborativas permitem o compartilhamento ágil de informações e ações coordenadas entre departamentos e entidades, o que permite um combate mais eficaz à corrupção e à má gestão.
A efetividade do controle aumentou significativamente. Em toda a Administração Pública a digitalização se faz presente. Urnas eletrônicas, câmeras de vigilância ultrapotentes, reconhecimento facial, GPS, chips, serviços e documentos digitais e outras tecnologias garantem maior eficiência e segurança em diversas áreas.
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Entretanto, à medida que celebramos essas conquistas, não podemos ignorar os desafios que surgem com a era digital. A exclusão digital é uma preocupação crescente. Há uma parcela significativa da população que ainda não tem acesso adequado a essas ferramentas.
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Assim, é importantíssimo que desenvolvamos políticas robustas de inclusão digital. Não é apenas uma questão de acessibilidade, mas também de democracia, justiça, fraternidade e igualdade. Todos os cidadãos devem ter a oportunidade de acessar serviços públicos digitais, independentemente de sua familiaridade com a tecnologia.
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A digitalização só terá seu verdadeiro potencial alcançado quando acompanhado por esforços significativos para garantir a inclusão digital de todos os cidadãos. Dessa forma construiremos um futuro mais próspero.
*Por Leonardo Jorge Victor Nascente Ferreira – Auditor de Controle Externo
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