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CONTRAPONTO

A retórica da dominação

É aceitável afirmar que a socialização da pessoa se realiza principalmente através das relações em família e em sociedade. E, secundariamente, através de suas relações obrigatórias, facultativas e reivindicativas com o Estado (leia-se União, Estados e Municípios).

Se o papel da família e da sociedade está diretamente relacionado à disseminação da linguagem, da educação, da cultura e do comportamento social, resta perguntar qual é a tarefa e a responsabilidade do Estado.

Face a nossas históricas e resistentes diferenças sociais e econômicas, é razoável e desejável supor que a competência urgente e prioritária do Estado seria a articulação das soluções e a diminuição dessas diferenças.

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Entretanto, posto e exercido o poder e a política no modo como estão, o Estado tem se destacado como agente principal de agravamento das diferenças.

Maquiado e travestido sob o princípio democrático da igualdade de oportunidades e direitos, a verdade é que os poderes (e dinheiros) de Estado estão delegados apenas àqueles que têm condições de utilizar seus códigos e seus manuais, literal e simbolicamente.

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Ensimesmado, inconsequente e “capturado”, o Estado garante a formação e a manutenção de uma “cultura e prática de elite”, em contraponto às necessidades populares.

Não é a toa que o dinheiro dos impostos escorre por incontáveis ralos, por todos os meios e formas, legais e ilegais, sem cumprir na plenitude sua função, destino e utilidade pública.

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Então, por submissão, inconsciência política e não saber sobre direitos e deveres, é impossível ao povo o uso objetivo e real das oportunidades e das razões (originais) de existência do Estado brasileiro.

Assim, sutil e silenciosamente se instalam, se mantêm e se renovam a discriminação social e a violência simbólica e real. Assimilada, dominante, dominadora e sem contestação.

Consequentemente, a violência, em suas variadas formas, objetivas e subjetivas, é um subproduto do excesso, da incompetência e do centralismo estatal, e que se espalha para o conjunto da sociedade, sem barreiras sociais e geográficas.

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Em síntese, o Estado (a União, principalmente), que deveria trabalhar pela superação das desigualdades, se constitui no principal agente de (re)criação e permanência das diferenças e distâncias sociais.
Posto que a nação já experimentou a supremacia de diferentes correntes e ideários políticos, resta dizer que a inconstância produtiva e o marasmo estatal vão muito além da retórica ufanista!

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