Resumo e reafirmo o que já dissera em artigos anteriores. “O crescente e forçado êxodo humano é fruto de vários desastres ambientais e naturais como terremotos, tsunamis, furacões, enchentes e deslizamentos de terra. Mais. O esgotamento do solo e sua desertificação, que impedem o trabalho, a agricultura e a própria sobrevivência humana. A elevação do nível dos mares e o desaparecimento de ilhas, muitas habitadas. Outra hipótese de êxodo é a mudança climática com consequências nos índices de doenças infecciosas.”
Alguns desses eventos guardam relação direta e indireta com o comportamento humano, seja por ação ou omissão, seja consciente ou não conscientemente. É o que se conclui a partir de um rol de análises e alertas pessimistas realizados ao longo de décadas, notadamente por cientistas e pesquisadores climáticos. Regra geral, infelizmente desdenhados e ironizados!
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Rio Grande do Sul. Nunca houve nada igual. Nem nos demais estados brasileiros. Nunca choveu tanto em tão pouco tempo. Nunca o clima impactara tantas regiões e populações concomitantemente. Já são quase quatrocentos os municípios que decretaram estado de calamidade pública. Em alguns municípios, ainda em meio à tragédia, mas especialmente em Porto Alegre, sucedem-se comentários, artigos e atitudes (alguns com notórios interesses eleitorais) que ensejam a politização da tragédia, mais precisamente com a indicação nominal de responsáveis.
Simplifico e faço perguntas. Justo e honestamente, seríamos capazes de indicar nomes responsáveis pelo “conjunto da obra”? Especialmente entre aqueles com mandatos (e poderes) outorgados pelo voto popular? Logo, quais seriam os parlamentares, prefeitos, governadores e presidentes indicados? Desde que época, ano e gestão? Ou, então, em modo ideológico, seriam aqueles mais à direita, ou à esquerda do espectro?
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Mudando o foco do político para o econômico (leia liberalismo), ainda que as nações dependam de atividades extrativas e produtivas (poluentes) independentemente de suas pretensas opções ideológicas, responsáveis seriam as indústrias, as empresas petroleiras, os usuários de combustíveis fósseis?
Ou seriam o tal do “agro”, as vacas e os bois (e seus donos), eis que infindáveis excretores de gás metano e desmatadores florestais, ainda que legalizados? Há dezenas de exemplos. E acusações não lhes faltam nos inúmeros tribunais de ocasião.
Concluo e afirmo: politizar sim, fulanizar não. Todos somos responsáveis. Afinal, são os frutos globais dos últimos cem anos, com todas as suas virtudes e seus defeitos. Novos e perturbadores tempos exigem novas interpretações e inovadoras ações. O desafio é mundial, e exigirá a ressignificação da própria civilização!
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