O Consulado-Geral da Alemanha em Porto Alegre é a principal instância do governo alemão a zelar pelas relações diplomáticas da nação com o Rio Grande do Sul, a fim de estreitar laços em todas as áreas da socioeconomia. E, desde agosto deste ano, quem tem a missão de conduzir o trabalho é o cônsul-geral Marc Bogdahn, de 56 anos, nascido em Berlim. Durante a 38ª Oktoberfest, Bogdahn teve a primeira oportunidade de visitar Santa Cruz do Sul. Na quinta-feira, dia 19, já na reta final da Festa da Alegria, ele conheceu entidades e instituições, e, claro, foi conferir o Parque da Oktober.
Pela manhã, esteve na Unisc, e à tarde foi recebido pela prefeita Helena Hermany, no gabinete. Visitou ainda o Cemitério Evangélico de Linha Santa Cruz, onde estão sepultados alguns imigrantes pioneiros que chegaram àquela localidade em dezembro de 1849. Em sua visita, Bogdahn também concedeu entrevista exclusiva à Gazeta do Sul.
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Santa Cruz do Sul recebeu uma visita cordial do novo cônsul-geral da Alemanha em Porto Alegre, Marc Bogdahn, na semana passada, no dia 19. Ele visitou pontos históricos, como Linha Santa Cruz, berço da colonização alemã, e conheceu a Oktoberfest, a Catedral São João Batista e a Unisc.
Bogdahn assumiu o cargo em agosto deste ano, e também vai responder pelo posto em Santa Catarina. Os dois estados do Sul possuem grande relação com o país europeu e buscam estreitar relações para um melhor entendimento nas negociações e na convivência. A Gazeta do Sul conversou com Bogdahn, que, de forma cordial e simpática, falou sobre a sua chegada ao Brasil e os desafios que lhe esperam à frente do consulado.
Bogdahn tem 56 anos e nasceu em Berlim, a capital alemã, em 2 de outubro de 1967. Na sua carreira profissional, atuou em diversas frentes, como o cargo de ministro junto à Embaixada da República Federal da Alemanha, em Brasília, entre 2019 a 2023. Também já atuou na representação alemã em Sarajevo (Bósnia e Herzegovina), Bruxelas (Bélgica) e Moscou (Rússia).
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Bogdahn se aperfeiçoou em estudos de Ciências Políticas, Relações Internacionais e Direito, em Berlim e Paris, entre os anos de 1985 a 1990. Ele também é fluente nas línguas alemã, inglesa, portuguesa, francesa e espanhola. Também atuou, entre 1991 e 1993, na academia diplomática do Ministério Federal das Relações Exteriores, em Bonn. Mais recentemente, entre os anos de 2013 a 2016, foi chefe de Divisão do Caúcaso e da Ásia Central, do Ministério Federal das Relações Exteriores de Berlim.
No próximo ano será celebrado o Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil, que terá como ponto alto o dia 25 de julho, pois, nesta data, em 1824, chegavam ao Rio Grande do Sul, especificamente a São Leopoldo, os primeiros imigrantes de língua alemã. A partir disso, o Estado e o Brasil receberam muitos imigrantes que ajudaram no processo de construção da sociedade que conhecemos hoje.
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Diante da importância do assunto, uma Comissão Oficial foi criada para organizar as comemorações no âmbito estadual. Fazem parte dela diversas secretarias estaduais e instituições ligadas ao setor.
As festividades do próximo ano vão se iniciar no dia 1º de janeiro e seguem até 31 de dezembro de 2024. O objetivo é construir uma programação que celebre e reflita sobre a contribuição do imigrante no passado, no presente e no futuro.
Gazeta do Sul – O senhor acaba de assumir o Consulado-Geral da Alemanha em Porto Alegre, às vésperas das comemorações alusivas aos 200 anos de imigração alemã no Estado e no Sul do país. O que essa circunstância representa para o senhor? Já tinha conhecimento da proximidade da data?
Sim, tenho conhecimento. Quando cheguei ao Rio Grande do Sul, ficou evidente que para o governo do Estado e para a sociedade gaúcha é uma data muito importante. Existe uma comissão estadual que foi criada – da qual participam muitas instituições gaúchas –, e estou impressionado pela dedicação com que vocês vão preparar essas comemorações.
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Quais as principais impressões do senhor sobre as relações institucionais e culturais entre a Alemanha e o Rio Grande do Sul? O que mais lhe chamou a atenção ou o que o senhor destacaria?
A relação entre o Brasil e a Alemanha é ótima. São dois séculos de relações que vamos celebrar no ano que vem. Politicamente, economicamente e culturalmente são países bem próximos. Vamos ter uma cúpula que vai ser celebrada em Berlim, entre os dois governos, em dezembro deste ano. No Brasil, temos a presença alemã bem forte no setor da economia, com mais de 1,5 mil empresas de origem alemã instaladas aqui, e na região Sul, muito por causa dos vínculos culturais e humanos que são muito fortes, pelo número de pessoas que falam o alemão e que possuem vínculos com a Europa.
Alguma área em especial atrai a sua atenção, ou que o senhor gostaria de fomentar, em seu período à frente do Consulado?
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Gostaria de destacar uma intensificação ainda mais forte dos nossos laços e as celebrações do bicentenário. Acredito que isso vá contribuir para as relações, neste tempo.
Como o senhor enxerga o Brasil, na atualidade, em termos de parcerias ou de importância nas relações com a Alemanha? O que mais efetivamente aproxima as duas nações?
São vínculos muito fortes, e também no campo dos valores; são duas democracias que compartilham do mesmo sentimento. Também possuem um passado comum muito forte, econômico e cultural.
A comunidade de Santa Cruz do Sul, na avaliação do senhor, pode ampliar sua relação com a Alemanha? Como isso pode ocorrer?
Já há relações fortes devido ao número de descendentes em Santa Cruz que são alemães. Na visita à Unisc, percebi a cooperação entre a instituição com muitas faculdades alemãs, com professores e estudantes alemães, e alunos da cidade que vão estudar lá, na Alemanha.
De que forma o Consulado pretende ou poderá se inserir no contexto das comemorações alusivas aos 200 anos de imigração alemã no Brasil?
A tarefa do Consulado é estabelecer diferentes vínculos entre os atores. Esses vínculos já existem, e são muito fortes. Vamos tentar ampliar essas relações com muitas instituições de educação, na Alemanha.
Em que medida as marcas da imigração seguem vivas ou presentes, na opinião do senhor?
A língua alemã é uma coisa muito forte, mas temos os valores e a cooperação entre os países. Acho isso muito válido, pois temos muitas gerações de imigrantes alemães, e muitos jovens que falam e aprendem o alemão na escola. Isso é muito importante.
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