Depois de dois anos de restrições por causa da pandemia, o samba voltou a animar os foliões no Vale do Rio Pardo
Um público estimado em 60 mil pessoas foi à loucura na noite de sábado, no centro de Rio Pardo. Isso porque o tradicional desfile das escolas de samba do município voltou a ocorrer na Rua Andrade Neves, que é chamada de Gogoia durante o Carnaval. O último desfile havia acontecido em fevereiro de 2020. Depois, a pandemia chegou ao Rio Grande do Sul e impediu que o tradicional evento fosse realizado em 2021 e 2022.
Neste ano, as escolas Candangos, Realeza da Vila, Embaixadores do Ritmo e Enamorados desfilaram sem competir por pontos. A decisão da organização aconteceu justamente em razão de 2023 representar a retomada do Carnaval e pelo tempo em que as agremiações ficaram paradas sem poder se reunir.
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“Viemos de dois anos de pandemia, e as escolas de samba enfrentaram algumas dificuldades em trazer seus membros de volta. Então as próprias escolas optaram por não haver competição neste ano, mas no ano que vem, o bicho vai pegar”, garantiu o prefeito de Rio Pardo, Rogério Monteiro.
Apesar de não valer título, os quatro desfiles foram muito competitivos e mostraram que as escolas de fato já se preparam para um grande Carnaval em 2024. “Ano que vem aumenta ainda mais a vontade de ganhar o Carnaval”, destacou Monteiro. Ele ainda salientou a alegria em poder retomar a tradicional festa do município. “Nós organizamos para essas pessoas que amam o Carnaval, nossa cidade ferve Carnaval”, completou o prefeito.
Uma das características do Carnaval de Rio Pardo é a presença de pessoas de outras cidades que aproveitam para se divertir. Quem colaborou para isso foi William Barros, de 29 anos, que atualmente mora em Venâncio Aires com a companheira Louvane Penk, de 27 anos. Ele, que é rio-pardense, fez uma boa propaganda aos amigos Jéssica da Silva, 25 anos, e Cleiton Penk, 26, que são casados e também vivem na Terra do Chimarrão.
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“Eu moro em Venâncio faz bastante tempo. Estávamos com saudade dessa festa. Convidei eles para conhecerem o Carnaval de Rio Pardo”, contou William, que puxava o trio elétrico quando residia na Cidade Histórica. De cabelos pintados e usando acessórios, os dois casais curtiram a folia. “Ele falou muito bem e disse que é bem diferente de outros lugares”, disse Jéssica.
A grande festa de Carnaval de Rio Pardo, que é uma das mais tradicionais do interior do Estado e a mais conhecida da região, teve início às 20h30 com a descida da corte, composta pelo Rei Momo Marcelo Carvalho, rainha Duda Marques, primeira princesa Kailany Alves e segunda princesa Rubia Costa. Depois, às 21 horas, a Escola de Samba Candangos entrou na Gogoia para levar muita alegria aos espectadores, relembrando um desfile com uma temática do passado: Alegria Maxi Alegria, samba de 1984.
Por volta das 22 horas, a Escola de Samba Realeza da Vila iniciou seu desfile levando as sete cores da bandeira para a avenida. O samba-enredo homenageou Heráclito, personagem histórico que combateu a escravidão em Rio Pardo. A Escola Embaixadores do Ritmo passou com suas cores verde e branco pela via principal após as 23 horas. A agremiação apresentou em seu enredo o tema Raízes de onde vem nossa ancestralidade.
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Para encerrar a apresentação, a Enamorados iniciou a exibição perto da meia-noite. Com o tema Sete, a escola passou pela Avenida Gogoia apresentando os vários significados que o número representa, como os sete dias de criação, a sétima arte, os sete mares, e outros.
O Carnaval de Rio Pardo de 2023 continua nesta segunda-feira, com mais um desfile dos blocos carnavalescos. O primeiro ocorreu nesse domingo. A expectativa é de receber cerca de 60 mil pessoas até o final do Carnaval de Rio Pardo.
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“Foi muito emocionante para mim, é uma alegria imensa poder retornar à Avenida Gogoia pela Candangos. Essa é a escola do meu coração, representa tudo. É vermelho e branco!”
Ana Carla Neves, 46 anos, segunda porta-estandarte
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“Eu fui da Realeza nos anos de 2000 e 2001, quando ela foi campeã do Carnaval. E neste sábado eu retornei depois de 22 anos. Esse retorno ao Carnaval foi bom demais. Foi ótimo voltar para a escola do meu coração. Eles me receberam de portas abertas e foi muito bom conseguir trazer minha harmonia. Só tenho a agradecer por esse Carnaval maravilhoso”.
Paulinho San, 44 anos, intérprete do samba
“Emocionante! Só a gente sabe o trabalho que dá para colocar uma escola na avenida. Minha roupa representa a Aqualtune, mãe do Zumbi de Palmares. Nosso tema traz a negritude, a força da raiz brasileira. A história do negro não é só escravidão, é muito mais que isso. Viemos de um povo com reis e rainhas.”
Camila Machado da Silva, 29 anos Destaque de chão
“Foi a primeira vez que desfilei aqui. Estamos envolvidos em um projeto de caridade que a escola vem desenvolvendo ao longo do ano. Teve temporal e destelhamento aqui em Rio Pardo, molhou material e eu ajudei nessa parte financeira, tenho uma construtora, ajudei pelo sonho deles, por ver a batalha deles. Tive o privilégio de desfilar este ano.”
Gerson Fabiano Schmidt, 32 anos
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Ninguém ficou parado na noite desse domingo, 19, na Rua Marechal Floriano, em Santa Cruz do Sul. Com muita vibração e alegria, a corte do Santa Folia 2023, acompanhada de um trio elétrico, levou o clima do Carnaval aos foliões na primeira edição do Carnaelétrico. Um esquenta ocorreu ainda no início da noite de sábado, quando o trio elétrico percorreu o Centro e os bairros fazendo um chamamento à população para a folia.
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A grande concentração se formou próximo ao Quiosque da Praça Getúlio Vargas. De lá a multidão seguiu atrás do trio até o chafariz em frente ao Parque da Oktoberfest. Além da presença dos foliões e dos bloquinhos, o entorno da principal rua da cidade também aderiu à festa e vibrou junto ao evento com seus coolers e cadeiras. As praças também ficaram lotadas.
A professora Aline Fernandes Corrêa participou do evento junto com a filha, Kimberlin, e com a amiga dela, Larissa Bender. Com adereços típicos da festa, elas vibraram com a iniciativa. “Está sendo maravilhoso o Carnaval em Santa Cruz. O povo está tendo essa oportunidade única. Gostamos muito do Carnaval, é muito divertido participar”, afirmou a professora.
Para a dona de casa Eleozara Raasch, o Carnaelétrico a fez relembrar dos antigos carnavais com as marchinhas e os clássicos sambas-enredo. Acompanhada da neta, Isabele Teloeken, de 3 anos, ela curtiu a folia. “Participava do Carnaval em clubes e já desfilei também. Certamente vou assistir ao desfile das escolas de samba”, disse.
Já Juliana Dora foi acompanhada da filha, Isabela. Naturais de Pelotas, elas moram em Santa Cruz há três anos e foi a primeira vez que participaram da folia na cidade. “O Carnaval está muito organizado e seguro. Pretendemos assistir ao desfile na semana que vem”, salientou Juliana.
Até as 21 horas, o show ficou por conta de Matheus Almeida e Banda com uma minibateria de Carnaval. O repertório reuniu as tradicionais marchinhas e clássicos sambas-enredo, além de um repertório atual. A partir das 21h30 quem deu o ritmo da festa foi a N’Band, sensação do Bailinho da Borges. O intervalo entre as bandas teve a participação do DJ Rafael.
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“Quisemos trazer a energia do trio elétrico para que Santa Cruz também tivesse essa experiência. Entendemos que esse formato do Santa Folia, com três fins de semana, veio para ficar. O Carnaval é para ser comemorado em fevereiro, e é isso que estamos trazendo para Santa Cruz”, reforçou o secretário municipal de Cultura, Marcelo Corá.
O ápice da programação do Carnaval neste ano será no próximo sábado, quando ocorrerá o desfile das cinco escolas de samba. O início está previsto para as 20h30. Cada escola terá 40 minutos para realizar a apresentação. O percurso terá início na Rua 28 de Setembro com a Marechal Floriano, até a Rua Tiradentes, na altura do Monumento ao Imigrante.
O clima ameno, com temperatura por volta dos 10 graus, esquentou na noite de sábado na passarela do samba da Rua XV de Novembro, no centro de Encruzilhada do Sul, com o primeiro desfile do Carnaval deste ano. Depois de dois anos de interrupção por causa da pandemia, as escolas de samba retornaram com as evoluções mostrando o tradicional colorido, luxo e criatividade nas fantasias, além da cadência do samba comandado pelas baterias.
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O bloco Bar da Jake abriu as evoluções, com mais de 200 foliões na avenida acompanhados pela bateria. O grupo, fundado em 2015, apresentou o tema Bairro carente, em alusão ao local da sede, no Bairro Lava Pés. A primeira escola de samba a entrar na passarela foi a Mimi. A entidade tem a sua origem em um time futebol criado em 1975 por um grupo de jovens, com o nome Mimiógrafo Futebol Clube, denominação dada pelo fato de todos os integrantes serem movidos a álcool. Inicialmente com participação nos desfiles como bloco, em 1983 passou a ser escola de samba com a fundação da Associação Mimi de Esporte e Cultura (Amimiec).
A Mimi desfilou com o tema Livrai-nos do mal, amém!, fazendo alusão à corrupção. Com 232 integrantes, a escola levou para a passarela do samba dez alas e duas alegorias especiais. Na sequência, a Acadêmicos do Padre Palermo entrou na passarela do samba com o tema E com a vacina garantida estamos de novo na avenida. Com a vacina e alegria de novo vamos te abraçar. A escola participa dos desfiles desde 2015 e este ano contou com três carros alegóricos, predominando as cores amarelo e azul nas fantasias.
A última escola de samba deu a largada na apresentação meia hora depois da meia-noite. A Sociedade Cultural e Beneficente Mocidade Independente desfilou com o tema Mocidade bota lenha na fogueira e faz do fogo eterna chama, que em nossas vidas a natureza clama. Com a águia como símbolo e as tradicionais cores vermelho, dourado e amarelo predominantes, a entidade levou para a passarela mais de cem foliões.
Nesta segunda-feira haverá novo desfile, às 20h30, mas a ordem se iniciará pela Mocidade Independente, seguida de Padre Palermo, Mimi e Bloco Bar da Jake. Na terça-feira, na Praça Doutor Ozy Teixeira, a partir das 19 horas, os foliões poderão conferir o show da Banda Flor da Serra. A programação se encerrará no sábado, 25, com o Bumba Meu Boi após o Carnaval, às 20h30.
O sábado foi de muita alegria para os foliões que conferiram a magia do Carnaval no primeiro dia do desfile de rua das escolas de samba de Venâncio Aires. O evento iniciou-se por volta das 20 horas, quando cinco entidades desceram a Rua Osvaldo Aranha, entre a Conde D’Eu e a Barão do Triunfo. Além de toda uma estrutura montada ao longo da avenida principal e no entorno, o evento foi transmitido ao vivo pela página do Facebook da Prefeitura de Venâncio Aires. Segundo a organização, pelo menos 15 mil pessoas compareceram.
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A corte municipal do Carnaval 2023 comandou a abertura dos desfiles, formada pela rainha Sandriele Soares, pelas princesas Mayara de Oliveira e Luana Henckes e pelo Rei Momo Valdir Ferreira. Durante a parada no palanque das autoridades, a rainha prestou uma homenagem a Valdir Ferreira, que completou dez anos como Rei Momo do Carnaval do município.
Durante seu discurso, a integrante da corte fez muitos elogios ao Rei Momo. “Mais um ano vem representando com dedicação, companheirismo, carinho e respeito pelo tão amado Carnaval do nosso município. Chegar a dez anos como símbolo principal da festa do povo não é para um homem comum”, enfatizou. Logo após a homenagem, o desfile seguiu com as soberanas da 16ª Fenachim, as cortes infantil e adulta do Carnaval do interior e blocos do interior.
Perto das 20h30, a primeira a passar foi a Associação Négo Futebol Clube, a escola de samba mais antiga e tradicional da cidade. A entidade sambou na avenida com o tema Négo amor eterno: a evolução dos 87 anos da sociedade e destacou ao público um retrospecto de sua história, homenageando aqueles que ajudaram a construí-la. Na sequência, a Associação Carnavalesca Imperatriz Cultural entrou para animar ainda mais o público. Com o tema Superação, a escola homenageou os profissionais da saúde, segurança e educação que estiveram na linha de frente do combate à Covid-19.
A Associação Cultural e Esportiva Fiel Tribo Guarani coloriu seu desfile a partir dos 10 anos da Caravana Luzes de Natal, um dos maiores símbolos natalinos de Venâncio Aires. Além de levar muita alegria e animação ao público, a escola realizou a tradicional paradinha da bateria e distribuiu guloseimas às crianças.
No encerramento, em torno das 23h30, as Associações Carnavalescas Vila Freese e Malandros do Ritmo emocionaram a todos em uma apresentação conjunta que homenageou Josimar da Cruz, músico venâncio-airense que foi mestre de bateria das duas escolas. Ele morreu no ano passado, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).
O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, disse que a organização ficou muito contente com a realização do desfile. “Um momento de confraternização, depois de dois anos sem poder realizar o evento. As escolas fizeram um belo desfile e eu tenho certeza de que o público que esteve presente ficou contemplado pelo espetáculo”, afirmou.
O líder do Executivo elogiou também a pontualidade dos carnavalescos. “Dentro do horário programado. Estamos muito felizes porque o comprometimento das escolas é fundamental, bem como ao público que esteve presente mesmo em uma noite fria”, destacou, falando sobre o termômetro que marcava 13 graus no encerramento da programação, perto da meia-noite de domingo. Nesta segunda-feira, a folia ocorrerá novamente.
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