“A prosperidade da região está ligada à segurança”, diz subcomandante-geral da BM

Em visita a Santa Cruz do Sul para participar do jantar da segurança pública, realizado na última sexta-feira, 14, no espaço do SindiTabaco no Parque da Oktoberfest, o subcomandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Douglas da Rosa Soares, concedeu entrevista exclusiva à Gazeta do Sul. Na conversa, o número dois da instituição no Estado falou sobre o enfrentamento à criminalidade, os novos uniformes criados para a corporação e o compromisso da BM com a segurança pública do Vale do Rio Pardo.

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Entrevista: Coronel Douglas da Rosa Soares – Subcomandante-geral da Brigada Militar

Cristiano Silva – A sua visita à Oktoberfest amplia uma sequência de ações que o alto comando da Brigada Militar vem desencadeando na região, especialmente em Santa Cruz. Quais as perspectivas do trabalho a ser realizado pela instituição no Vale do Rio Pardo?

Coronel Douglas da Rosa Soares – A região é de extrema importância para a Brigada Militar, tanto pela pujança econômica como pela parte da segurança pública. Ela é cortada por rodovias relevantes e, dentro da economia do Estado, é um PIB muito significativo. Por isso temos a atenção da segurança pública. A prosperidade da região está ligada à segurança pública. Precisamos dar tranquilidade para que as pessoas possam produzir, trabalhar e ter momentos de lazer. E a condução aqui do coronel Moresco, nas atividades que projetam a segurança pública sempre como um ponto de relevância dentro dos municípios, faz com que seja extremamente importante nos fazermos presentes em ações e eventos que são de relevância para a comunidade, como a Oktoberfest. É um evento que mexe com toda a estrutura da sociedade, como o SindiTabaco, a indústria, o comércio, a hotelaria. Tudo está ligado à segurança pública, por isso também que viemos representar o coronel Feoli, para continuar pari passu com todas as atividades da região.

Recentemente, a Brigada Militar lançou seus novos uniformes, incluindo uma troca dos conhecidos bonés brancos, que é uma das marcas da instituição, por cinza. O que o fardamento apresentado tem de melhoria para o policial?

A Brigada Militar vem querendo dar tranquilidade à população e também ao seu público interno. Para que os policiais possam fazer um trabalho mais adequado, devemos deixá-los em condições e em segurança para prestar um serviço de excelência à comunidade. E isso passa pelo uniforme. Nosso fardamento carecia de adequações e de modernizações. O uniforme que estamos propondo para os brigadianos é um fardamento que vai dar melhores condições de conforto. Passa a ser um EPI. Tem proteção para raios solares e também uma troca de calor com o ambiente, pois no inverno passa a ser mais confortável e quente, e no verão, mais adequado para as temperaturas da nossa região. O boné branco continuará existindo no nosso meio, mas para aquelas atividades em que precisamos dele, como no policiamento rodoviário. Nas outras, voltadas para os meios urbano e rural, vamos ter o uniforme mais adequado para o conforto do brigadianos naqueles setores, seja também com jaquetas mais apropriadas, seja com um coturno mais adequado.

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Além do fardamento, quais outras medidas vêm sendo implementadas pela instituição para auxiliar o PM?

Estamos investindo em viaturas semiblindadas, para dar confiança ao policial trabalhar e voltar para sua casa em segurança. Também o armamento é no calibre 9 milímetros, com pistolas novas em tecnologia de ponta, além de coldre em polímero. É uma de várias situações que estamos trazendo agora para o policial militar, para que ele possa ofertar um trabalho de maior excelência e qualidade à população. Ao mesmo tempo, estamos investindo em capacitação, para que a gente possa ser mais efetivo no que estamos fazendo, sobretudo no enfrentamento à criminalidade, evitando a mortalidade, com armas de incapacitação neuromuscular e também os miniespargidores de gás de pimenta. Tudo isso é para que a gente evite a letalidade quando o brigadiano tem que fazer o uso progressivo da força, até chegar na parte que não queremos. Eu digo sempre, o nosso trabalho é aplicar a lei e salvar vidas, nada mais do que isso.

O que a Brigada Militar vem fazendo para combater as ações do crime organizado?

A Brigada Militar é uma polícia de prevenção. Trabalhamos nos antecipando ao criminoso. Não queremos que o crime aconteça, e quando ele acontece, nós atuamos com uma parcela dos nossos quadros de repressão qualificada e direcionada pela inteligência policial. No mês de outubro, se comparado com outubro do ano passado, com as ações implementadas nos últimos dias, reduzimos o indicador homicídio em mais de 30% em Porto Alegre. Para fazer isso em nível de Estado, vem sendo implantada uma série de operações, como a Angico, no combate ao assalto a banco. Santa Cruz teve um exemplo de uma perna desse trabalho no simulado que realizamos aqui, muito bem desencadeado pelo coronel Moresco. Na linha de Fronteira temos a Agro Hórus, para evitar que o crime transnacional adentre o território gaúcho. E assim temos uma série de operações diárias de visibilidade nos municípios de pequeno, médio e grande porte, que é quando aquele brigadiano está pronto, alerta, bem identificado nas entradas das cidades, para que a gente não tenha o delito. Enfatizo que a Brigada Militar é uma polícia de prevenção. Se preciso for fazer repressão, faremos e estamos preparados para isso, mas esse não é o nosso esforço principal, e sim evitar que o crime aconteça.