Faz poucos dias que comemoramos a passagem de ano, apenas uma data convencionada, mas sempre representativa em nossa vida delineada pela demarcação do tempo. Foram muitos os desejos e os votos, com os melhores augúrios destinados aos que amamos, em momentos de muita emoção e também romantismo. As mais lindas palavras, como saúde, paz, amor, alegria e prosperidade, acrescidas do adjetivo aumentativo “muita”, foram pronunciadas com efusão, embaladas pelas melhores músicas.
Agora, já estamos nos dias e horas da efetiva prática de tantos votos e precisamos, no dia a dia, rememorar os melhores desejos para que o melhor possa de fato se realizar. Cabe a cada um de nós renovar a todo momento esses belos propósitos, para o que é preciso estar sempre vigilante e atento, no controle de nossas emoções e ímpetos, no equilíbrio entre emoção e razão, que possa facilitar as melhores relações e sentimentos com o nosso próximo, a partir de uma bem resolvida situação pessoal.
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Se falamos de saúde, é sempre bom nos perguntar: estamos colocando limites em nosso estilo de vida, em nossa alimentação, em nosso consumo de bebidas e geral? Estamos saindo do comodismo e praticando atividades físicas mínimas que auxiliem a manter o corpo e a mente mais sãs? Estamos realizando exames preventivos tão recomendados, mas ainda muito negligenciados, pelas mais diversas e insustentáveis razões alegadas, em especial por nós homens?
Se evocamos a paz, cabe nos questionar sempre: estamos colaborando no sentido de construir a nossa paz interior, que há de refletir para o exterior, destilando menos ódio, sendo mais simples e menos arrogantes, provocando menos conflitos e usando mais o bom senso e o equilíbrio emocional? A respeito, vale referir frase encontrada na leitura atual de um clássico da literatura (Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez): “…tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase 40 anos de atraso os privilégios da simplicidade”.
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Se citamos com facilidade o amor, é sempre oportuno nos tocar: será que estamos sendo de fato genuinamente amorosos, carinhosos, generosos, a ponto de não esperarmos sempre algo em troca? Incorporamos mesmo atitudes de compreensão, tolerância, solidariedade em nosso dia a dia, ou só quando interessa? Nosso egoísmo coloca fortes barreiras, às vezes não percebidas, para praticar o verdadeiro e desinteressado amor, que precisa na realidade ser a base de nossas vidas.
Se desejamos alegria, podemos nos alertar: transmitimos alegria autêntica e sincera em nossos contatos diários, ou a expressão é apenas de fachada, para agradar a quem interessa? Damos espaço para a alegria florescer junto aos mais próximos, ou achamos sempre algum motivo para achar a vida ruim, a não gostar de quase nada, a apontar sempre defeitos? Levar a vida de forma mais leve e despojada precisa ser uma atitude efetiva se quisermos mesmo colaborar para alegrar os próximos.
Se, por fim, auguramos a prosperidade, cumpre reforçar que ela não vem de graça, na expectativa sempre de ajuda ou da aposta na sorte, mas lembrar que deve ser buscada todos os dias com muito esforço, porém limites razoáveis, pois nada levaremos ao cabo da vida. E se desejamos tantos votos para o novo ano, que também possamos lembrar dos votos reais em um novo ano de eleição, agora em nível municipal, e que neles sempre se requer muito critério, avaliação e bom senso. Como, aliás, em relação a todos os votos desejados e práticas almejadas, para que se tornem uma feliz realidade. Que assim seja!
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