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A política como protagonista

O assunto número 1 desde domingo é a eleição de outubro. Durante a Copa do Mundo o tema não cessou, mobilizando o mundo político, mas com menor repercussão na mídia que dá visibilidade às negociações, marchas e contramarchas.
O pleito deste ano terá inúmeras especificidades em diversos aspectos. Há poucos dias participei de reunião com um advogado especialista em direito eleitoral. Fiquei estarrecido com as restrições instituídas pela última minirreforma que se repete a cada dois anos, sem resolver os principais problemas. Os candidatos terão muitas dificuldades porque a campanha vai exigir um assessoramento especializado durante as 24 horas do dia para evitar infrações à lei.

Serão pouco mais de 40 dias de propaganda no rádio e na televisão, cujo conteúdo também é restrito. Além do período curto, a eleição terá a visibilidade incomum das redes sociais. O fenômeno já se fez presente na disputa municipal de 2016, mas agora a intensidade é muito maior.

Tão importante quanto manter uma equipe de cabos eleitorais na rua será montar uma equipe ágil para detectar notícias falsas – as famosas fake news –, entre outros conteúdos. O objetivo é evitar prejuízos à imagem do candidato e implementar uma estratégia de neutralizar a repercussão negativa com a máxima agilidade.

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Os candidatos que não têm mandato terão dificuldades ainda maiores. As doações de pessoas jurídicas estão vedadas pela lei. Além disso, pessoas físicas têm restrições à possiblidade de ver seu nome na lista do Tribunal Regional Eleitoral porque trata-se de informação aberta ao público.

No noticiário relativo à rumorosa Operação Lava-Jato – o mais escândalo político do mundo – inúmeras doações legais apareceram ao lado de milionárias contribuições de empresas, principalmente as grandes empreiteiras brasileiras. A relação de contribuições foi exibida em rede nacional de tevê, o que provocou equívocos de interpretação, maculando biografias, comprometendo pessoas honestas e sem dolo.

 A rejeição à política também será um empecilho aos candidatos. É uma postura nefasta porque promove a generalização. Em todas as atividade há bons e maus profissionais, pessoas honestas, outras com comportamentos antiéticos. Dizer que “ninguém presta” afasta pessoas capacitadas que rejeitam a hipótese de serem confundidas com corruptos que se locupletam de dinheiro público para negócios escusos.

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É preciso respeitar todas as opiniões, mas optar pelo voto nulo ou branco soa como deixar de aproveitar uma oportunidade única de escolher nossos representantes ou “cassar” o mandato de quem não honrou a procuração que recebeu das urnas. É preciso votar com consciência.

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