Quem vê a estrutura que a Igreja Católica possui em Santa Cruz do Sul não imagina a realidade enfrentada pelos primeiros padres que atuaram na povoação. José Stüer, natural da Alemanha, chegou em 14 de junho de 1863 e deixou registros daquela época.

Quando da sua chegada, a primeira igrejinha (onde está a catedral) já estava pronta. Em 24 de junho (festa de São João), ele fez a inauguração da matriz da Paróquia de Santa Cruz, que foi batizada de São João Batista.

Stüer descreveu a pobreza que encontrou. “Havia um missal com folhas soltas e rasgadas. Se viesse um vento carregava tudo. Duas casulas. Igrejas menores tinham mais alfaias que a nossa matriz.”

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Outro problema é que não existia casa para o padre morar. Então, ele se alojou na sacristia da igreja. As refeições eram oferecidas pelos vizinhos. A umidade e o frio no local eram grandes, e Stüer adoeceu com gravidade. Durante dois meses, ficou entre a vida e a morte, recebendo os cuidados do farmacêutico José Wolfenbüttel, que fazia as vezes de médico no povoado.

Quando melhorou, os moradores se uniram para construir a casa paroquial, para dar mais conforto ao padre. Ela foi erguida nos fundos da igreja e ficou pronta em 20 de maio de 1865.

Mesmo sozinho para atender Santa Cruz, ele ainda tinha a incumbência de visitar os povoados de origem alemã na região. No lombo do cavalo ou burro, percorria dezenas de quilômetros.

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Em 20 de dezembro de 1868, Stüer recebeu um presente de Natal: o superior dos jesuítas, padre Miguel Kellner, veio de Rio Pardo para apresentar o irmão Wessendonk, também jesuíta e que passou a auxiliar nos trabalhos gerais.

Um mês depois, chegou o padre Bernhard Ehring. Em 20 de maio de 1870, José Stüer deixou Santa Cruz, assumindo uma missão entre os índios de Nonohay.

Pesquisa: arquivo Gazeta do Sul

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Foto: Divulgação
Antiga matriz por volta de 1870

 

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