Em depoimento à Polícia Federal em maio deste ano, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, negou ter participado de reuniões ou tomado conhecimento da existência do cartel de empreiteiras para fraudar licitações da Petrobras. Ao refutar que a empresa tenha efetuado pagamento de propina a dirigentes da estatal, Odebrecht disse que o grupo “nunca recebeu privilégios da administração pública direta e indireta, no que se incluem a Petrobras e suas subsidiárias”.
O presidente do segundo maior grupo privado do país está preso desde sexta-feira, 19, e o termo do depoimento foi anexado aos autos da última fase da Operação Lava Jato. Odebrecht depôs à Polícia Federal, em Brasília, em 18 de maio, no curso de um inquérito que investiga uma suposta doação de R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em 2010.
Foi o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, hoje um dos principais delatores da Lava Jato, que indicou que campanha da petista teria recebido R$ 1 milhão, não declarados à Justiça Eleitoral. À PF, Marcelo Odebrecht distanciou-se de Costa: o presidente da Odebrecht diz que a relação com Costa estava limitada ao Conselho de Administração da Braskem, na qual o então diretor de Abastecimento foi nomeado pela Petrobras (sócia da Odebrecht na Braskem).
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Sobre o suposto repasse à Gleisi Hoffmann, Odebrecht afirmou que não se lembra de ter recebido o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, marido da petista, para pedir doação de campanha -contrariando a versão de Costa. Marcelo Odebrecht também declarou que não mantinha qualquer relação pessoal com Hoffmann e que não se encontrou com ela para discutir repasses de campanha.
Segundo ele, empresas do grupo Odebrecht não fizeram doações à paranaense na campanha de 2010, mas ao diretório nacional do PT. O executivo disse que a instância partidária poderia ter feito repasse à candidata.
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