Assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou a vitória matemática da coligação Santa Cruz nas mãos do povo de novo, Sérgio Moraes conversou com a imprensa. Reforçou que as diferenças políticas ficaram restritas à campanha. “A partir desse momento, sou prefeito de todos. Quem estava com a bandeira do outro lado não tem problema. Não importa a cor da bandeira, vamos descer do palanque e trabalhar”, afirmou.
No caminhão de som, agradeceu aos amigos, família, filhos, netos e coligação (integrada pelo PL, MDB, PDT, Podemos, Solidariedade e Avante). “Mas meu maior agradecimento é para a população. Lembro de cada abraço, de cada lugar e cada aperto de mão”, disse. Seu vice, Alex Knak, acrescentou ser compromisso de ambos o comprometimento com a transparência. “Santa Cruz não aceita corrupção e o recado vem da urna”, frisou.
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Knak é formado em Direito. Foi candidato a vereador em 2012, ficando como suplente, e eleito em 2016, com o maior número de votos para a Câmara naquele ano: 3,4 mil. Também já foi titular da Secretaria de Transportes e Serviços Públicos, no governo do então prefeito Telmo Kirst. Antes de ser candidato a vice, Knak atuava no governo do Estado. Ele acompanhou o vice-governador Gabriel Souza nos dois desastres naturais ocorridos no Estado: em setembro de 2023 e em maio de 2024.
Em seu histórico, Sérgio Moraes soma 36 anos de mandatos, como vereador, deputado estadual, prefeito e deputado federal. Na última vez que disputou a Prefeitura de Santa Cruz, perdeu para Telmo Kirst, em 2016. Desde então, ele não colocava o nome à disposição para concorrer.
Filho de um tropeiro e de uma comerciante, Sérgio saiu da localidade onde nasceu, Cerro Alegre Baixo, aos 14 anos. Na cidade, passou a viver em pensões e estudar em colégios públicos. Logo, porém, passou a demonstrar um traço curioso: gostava de trocar de escolas e de bairros e, em cada local, fazia amizades e tornava-se popular. “Só depois que eu fui entender. Eu já era político lá atrás e não sabia”, contou em uma entrevista concedida à Gazeta do Sul.
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Após trabalhar em obras e oficinas, empregou-se em uma revenda de motos. Carismático, Moraes acabou atraindo uma comunidade de interessados em motociclismo, que fizeram da loja um ponto de encontro. Em pouco tempo, passou a organizar passeios pelo interior. “Chegava a lotar dois quarteirões de motos”, lembrou.
Esse poder de mobilização chamou a atenção de um primo que era vereador em Rio Pardo, pelas mãos de quem ingressou de fato no mundo partidário. Em 1982, elegeu-se vereador pela primeira vez, pelo PMDB. Depois disso, seria deputado estadual (duas vezes), prefeito (duas vezes) e deputado federal (três mandatos). Considera a própria trajetória “a mais bonita do Rio Grande do Sul”.
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Durante a campanha, apresentou propostas que ganharam maior evidência, como a instalação de um estacionamento subterrâneo na Praça Getúlio Vargas. O assunto motivou comentários e até ataques por parte dos adversários, que chamaram o projeto de “tatuzão”. Nesse domingo, ganhou tom de brincadeira e alguns militantes tinham placas com a frase: “O tatuzão venceu”.
Um apoio de peso na pré-campanha
Antes mesmo de ser oficializado como candidato à Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes recebeu um apoio de peso. Conseguiu trazer ao município o ex-presidente Jair Bolsonaro, que reuniu milhares de pessoas em frente ao Parque da Oktoberfest e demonstrou ser incentivador da candidatura do correligionário.
Amigos desde o tempo em que atuaram juntos no Congresso Nacional, eles tiveram importantes conversas pelo telefone, o que teria incentivado o santa-cruzense a voltar à política partidária e a lançar seu nome para a disputa. O apoio de Bolsonaro também foi motivo de pauta durante os debates, sobretudo a partir da campanha de João Pedro Schmidt e Marta Nunes (PT), que contavam com pedido de voto do presidente Lula.
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