Encerrado o primeiro turno eleitoral, pode parecer estranho anunciar uma vitória nacional do bolsonarismo quando O líder e candidato perde o turno inicial à presidência, embora por diminuta diferença. Entretanto, a observar o expressivo número de governadores e senadores vitoriosos, alinhados com o presidente Bolsonaro, e alguns que ainda irão a segundo turno, não resta outra conclusão.

Mais. Se considerarmos a mobilização nacional e emocional que foi criada, nos últimos dias, pela oposição ao bolsonarismo, inspirada em todas as pesquisas publicadas até então (pesquisas mais uma vez humilhadas), e na retórica reforçada pela adesão e voluntarismo oposicionista de ilustres figuras nacionais, sejam ex-presidentes, sejam membros do campo cultural, acadêmico, artístico e jornalístico, a vitória do bolsonarismo adquire uma relevância extraordinária e se torna razão de sério reexame social e político.

Dito isso, e observados com rigor os resultados até o momento, qualquer hipótese de julgamento, análise e previsão do que poderá ocorrer no segundo turno presidencial, e também nas eleições estaduais pendentes, exige que os preconceitos em curso, que alimentam ao extremo a polarização entre as partes, a pretexto de ameaças comunistas ou fascistas, sejam todos reconsiderados.

A ascensão dos ideais conservadores, hoje uma tendência mundial, ainda que as razões sejam diferentes de nação a nação, não pode ser tratada de modo vulgar, menosprezando e rotulando a todos como fascistas. Assim como, pela mesma razão e reflexão, soa ridículo rotular os ideais da esquerda como uma ameaça comunista.

Tanto Bolsonaro quanto Lula têm a obrigação de bem compreender e interpretar a totalidade dos votos do povo brasileiro. Há algo muito maior em curso e destino do que o medíocre e cruel divisionismo social!

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