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A nova rota do contrabando de cigarros

Uma bateria de documentos é exigida de quem ingressa em território brasileiro a partir da Argentina através da fronteira Alba Posse-Porto Mauá (RS). A travessia sobre o Rio Uruguai é feita em menos de 10 minutos de balsa. Além de apresentar os papéis, que serão devidamente analisados e carimbados pelos servidores aduaneiros, possivelmente o motorista será requerido a abrir o porta malas e terá a bagagem vistoriada. 

Tudo parece funcionar bem por ali. Mas não muito longe, o mesmo rio serve de porta para entrada de cargas de cigarros paraguaios contrabandeados, que cruzam a divisa em pequenas embarcações ao largo de qualquer fiscalização. Dois jovens balseiros que fazem a travessia dezenas de vezes todos os dias contam, com uma incrível naturalidade, que os barcos carregados são facilmente avistados da aduana e que a movimentação ocorre, inclusive, durante o dia. “Aqui passa de tudo, o dia inteiro”, relata um deles, aos risos.

O que para a dupla é rotina vem chamando a atenção das autoridades nos últimos anos. Trata-se da consolidação de uma nova rota utilizada pelas quadrilhas de cigarreiros para chegar ao Rio Grande do Sul, um dos principais mercados consumidores do País.

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Pela rota tradicional, percorrida há vários anos, as cargas entram no Brasil pela fronteira Ciudad del Este/Foz do Iguaçu e seguem por rodovias como a BR-277 e a BR-163, passando próximo a municípios como Dionísio Cerqueira e Francisco Beltrão, cruzam o oeste catarinense e ingressam no Rio Grande pela região de Iraí para, então, serem distribuídas a todo o Estado. Já pelo novo corredor, o cigarro é despachado pela Argentina e ingressa diretamente no RS atravessando o Rio Uruguai em embarcações, em pontos próximos a localidades como Porto Mauá, Porto Xavier e Porto Lucena. 

A estratégia começou a ser identificada em operações da Polícia Federal por volta de 2013. Uma delas foi a Operação Carrara, que naquele ano prendeu mais de 20 pessoas ligadas a grupos criminosos que utilizavam esse corredor.

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A SÉRIE

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PARTE 3 – A logística que desafia o Estado (terça)
PARTE 4 – A sangria nos cofres públicos (quarta)
PARTE 5 – Qual a saída? (quinta)

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