Quando se observa o meio ambiente, e os acontecimentos recentes no mundo natural, é impossível não intuir que o planeta Terra estertora. E é incontornável que se enxergue a mão, culpada, do ser humano, em atitudes individuais e coletivas, como o responsável direto por tudo o que ocorre. Não há nada no ecossistema que não constitua uma reação a uma ação anterior. Se repararmos, que outro ser vivo atua de maneira tão predatória e tão destruidora dos recursos naturais, inclusive dos outros seres vivos, como o ser humano o faz? E, friamente, o que ele ganha exatamente com isso, que não perderá de forma definitiva e irremediável em algumas poucas décadas, e para nunca mais ter?
Ao longo de 2020 temos visto e sentido na pele desequilíbrios terríveis, cujo efeito cascata atinge a todos os seres sobre a face da Terra. A falta de chuva em determinado período ou região faz com que muito rapidamente as reservas de água sejam esgotadas, por plantas, animais e pessoas, porque, na falta de proteção para os reservatórios, elas logo terminam, isso quando podem ser consumidas por algum ser sem que lhe façam mal. Com a falta de água, plantas e animais sofrem e morrem, e as benditas safras de alimentos não podem ser colhidas. Testemunhamos isso na realidade regional. No entanto, por inusitado que seja, em questão de semanas o que era estiagem virou enchente, e onde antes faltava água agora ela escorre de forma tão violenta que arrasta tudo consigo. Os dois extremos do clima castigam as populações.
No entanto, a estiagem e a enchente, dois lados da mesma moeda do desequilíbrio climático causado por efeitos de poluição, gases tóxicos, desmatamento e depredações, ainda ganharam a companhia da pandemia, que também não apareceu por acaso. Mais uma vez, ali está a mão do ser humano, e é só ele o grande prejudicado, não importa quanto de dinheiro, bens, patrimônio, cargos ou qualificação possua. Se não bastasse, vemos gafanhotos reaparecerem em nuvens, e deve-se perguntar se eles igualmente surgiram ao acaso, ao natural, ou se são a decorrência de um desequilíbrio provocado pelo ser humano sobre o ecossistema.
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Assim seguimos, e, ao que tudo indica, assim seguiremos, porque a mesma polarização da seca e da enchente parece marcar nosso comportamento coletivo, na forma como emitimos opiniões, na forma como defendemos ideias, governantes e poderes. E deveríamos saber que os dois extremos, como a estiagem e a inundação, são altamente nocivos, perniciosos e inviáveis à vida, a toda a vida. Que possamos, de uma vez por todas, encontrar o equilíbrio: em valores, atitudes, ações e palavras.
Para que a retomada econômica, tão almejada, e tão possível, possa se traduzir efetivamente em bem-estar, e mais sanidade. Do contrário, será tudo, absolutamente tudo, em vão.
Um bom final de semana.
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