Este é o terceiro texto que escrevo neste nobre espaço a respeito dos eventos climáticos que têm atordoado todos, especialmente nós brasileiros, nos últimos tempos. Já nos parecem distantes os dias em que não pudemos ver o céu. Foi na primeira semana de setembro que as queimadas no Pantanal e na Amazônia enfumaçaram não só grande parte do Brasil, mas também países vizinhos.
Belo Horizonte, por exemplo, chegou a ter o ar dez vezes mais poluído do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que representou potencial risco à saúde das pessoas. A prefeitura local chegou a sugerir à população que usasse máscaras faciais para que se protegessem das toxinas soltas no ar. Veja-se a que ponto chegou!
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Em Porto Alegre, ainda não foram realizados a contento os reparos necessários nos diques de contenção do Guaíba e nas bombas de drenagem. Afora os lugares que ainda precisam ser limpos e reconstruídos, o horror que foi o mês de maio pode voltar a assombrar a capital gaúcha a qualquer momento. Não sei se as queimadas pararam ou só diminuíram a ponto de a fumaça se diluir mais ao seco norte do país. Simplesmente parou de se falar nesse assunto.
Nessas últimas semanas de dias lindos, com os jardins florescendo sob o sol ameno da primavera, “ist alles blau!”. Mas em paralelo ao nosso alívio momentâneo, a natureza segue gritando. As viroses e os surtos de Covid que têm ocorrido regionalmente deixam claro que há um desequilíbrio ecológico, pois assim surgem e se propagam as zoonoses.
Deixamos se perder o costume de passar álcool em gel nas mãos, bem como de higienizar bem os produtos que compramos no supermercado. A propósito, passou da hora de se cobrar pelas sacolinhas plásticas.
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Uruguai e Chile cobram o equivalente a cinquenta centavos de real a sacolinha. Que aqui fosse quinze centavos, já ajudaria as pessoas a criarem consciência de levarem sacolas de casa para fazerem suas compras, prática comum na União Europeia há bastante tempo. Vi muitas pessoas com suas próprias canecas na Oktoberfest: é um gesto ambientalmente corretíssimo. A poluição que se evita ao descartar menos plástico é uma contribuição fácil de se fazer em pequenas atividades do cotidiano e faz diferença no âmbito doméstico.
A atitude de cada um faz diferença para termos o lugar onde vivemos limpo e saudável. Não temos um “planeta B” para o caso de esgotarmos os recursos naturais da Terra a um ponto de não retorno. A natureza não só é linda e importante, ela é necessária para a existência e continuidade da nossa vida.
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