É fácil e cômodo não gostar, nem tolerar Bolsonaro. Ratifico o que já escrevera acerca de suas inúmeras tropelias, malfeitos e consequências negativas. Inclusive político-eleitorais, em prejuízo próprio. Todavia, no plano econômico e social há que se anotar alguns aspectos, se bem considerarmos um fator extraordinário e imprevisível, a pandemia, que impactou severamente a administração federal e as contas públicas. Aliás, mundialmente.
De conhecimento da população e da mídia, especialmente do consórcio de veículos de imprensa, é desnecessário elencar as ações e os programas que socorreram estados, municípios, empresas e cidadãos, em volume de recursos financeiros inimagináveis.
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Com tamanho e extraordinário custo originária e orçamentariamente imprevisto, embora socialmente destinado, é natural que haveria um descompasso entre a arrecadação habitual e o custo extraordinário. Então, por que a surpresa e o severo tratamento dispensado pela mídia com o déficit federal? No período, houve importantes avanços nas desestatizações e desburocratizações, entre outras medidas, com evidentes e positivos sinais de investimentos e redução de custos.
Comparado com outras nações, houve razoável crescimento setorial e controle da inflação. Porém, na ocasião, de modo irônico e preconceituoso, houve jornalista que afirmou, literalmente, que “a economia ‘despiorou’”.
A naturalidade com que agora tratam a surpreendente PEC da Transição, com provável validade de quatro anos (!) e sua retirada do teto de gastos (!), sinônimos de inflação e déficit público agravados, revela que a intolerância irrestrita e geral com o governo Bolsonaro comprometeu profissionalmente a qualidade e a imparcialidade da grande mídia.
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Do ponto de vista pessoal, de um ou outro jornalista que se sentiu ofendido direta ou indiretamente com as atitudes de Bolsonaro, é possível compreender algumas atitudes de censura prévia aos atos positivos da administração. Mas, profissionalmente, é um grave equívoco.
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A exceção possível a esse comportamento de censura prévia ou descaso com o respectivo governo poderia ser uma determinação dos diretores e acionistas das respectivas empresas de comunicação. Por razões que não vêm ao caso.
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Todavia, jornalistas profissionais e orgulhosos da fama de competência e imparcialidade, tal qual aprenderam e juraram na universidade, provavelmente se sentiriam incomodados com essa hipótese. Em tempo: consórcio de veículos de imprensa é uma negação do jornalismo profissional.
Exemplo de oportunidade desperdiçada. O caso da tentativa de assassinato de Bolsonaro. Quem foi o mentor intelectual? Quem inscreveu o nome de Adélio na portaria da Câmara dos Deputados (álibi)? Quem chamou e pagou os advogados? Nenhum jornalista se interessou? Por que não gostava de Bolsonaro? Nos Estados Unidos daria um Prêmio Pulitzer!
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