Memética é o estudo dos memes; meme é um conceito atribuído à imagem, vídeos e outros meios, relacionados ao humor, que se popularizam na internet. As músicas, com cada vez mais dancinhas no Tik Tok, têm merecido essa qualificação. Elas vêm e vão com o estalar de dedos; ou toque de tela, para ser mais apropriado.
Se formos ver o histórico musical brasileiro, cada uma ao seu tempo, as canções já eram memes antes de a palavra “meme” existir. Pensei sobre isso no fim de semana, quando fui apresentado ao Pedrinho, que deve acordar, porque hoje tem campeonato. Daí, em outra prática atual, criei uma lista de músicas com potencial memético.
Em algum momento da história, vimos Caetano Veloso fazer uma ode a um personagem real: “Gosto muito de te ver, Leãozinho, caminhando sob o sol, Leãozinho…” Então, da leveza felina de Caetano vamos para a falta de sutileza de outros felinos, o Bonde do Tigrão, em “Dói, um tapinha não dói, só um tapinha”.
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E se a questão é bater, o Carrapicho bateu forte um tambor, na esperança de chegar ao, sabe lá o que era isso, tic, tic, tac. Talvez, de tanto bater tenha ganhado tons ruborizados, porque Fafá de Belém deu cor ao som do batuque: “A cor do meu batuque tem o toque, tem o som da minha voz, vermelho, vermelhusco, vermelhante, vermelhão”.
Mas não foram só batidas e tambores que ganharam o País. A garrafa sempre foi parceira. Teve É o Tchan, que fez o povo dançar na boquinha da garrafa; com menos sensualidade, veio Atitude 67, analisando as pessoas que gostam de boteco e de cerveja de garrafa; até chegar à sofrência de Henrique e Juliano, em que a solução para o coração partido é ver as Garrafas Vazias.
Com o vasilhame cheio ou vazio, o álcool sempre teve seu destaque na música brasileira. Um tal de Naldo deu opção: “Vodca ou água de coco, pra mim, tanto faz”. Muito antes disso, Reginaldo Rossi já contava suas peripécias amorosas ao garçom, na mesa do bar. E não tem como falar com esse personagem noturno, que traz as bebidas, sem pensar que os 10% “aumenta”, como bem frisaram as gêmeas Maiara e Maraisa. Com o aumentar dessa comissão, vai sendo ampliada a contagem das saideiras, mas como disseram os meninos do Atitude 67, “Se a saideira é saideira, por que é que estou no bar? Já são 12 saideiras que eu consegui contar”.
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O fato é que quase todas param ou se justificam pela inconstância do coração. O músculo balança a estrutura do restante do corpo. Zezé di Camargo e Luciano já diziam: “É o amor… que mexe com a minha cabeça e me deixa assim”. Chega até a impedir o livre trânsito. Foi o que Reginho e Banda cantaram em “não, não vou não, posso não, minha mulher não deixa, não”. Em uma dessas deve ter rolado um BO Maria da Penha, porque o casal que vive entre Tapas e Beijos, de Leandro e Leonardo, não tem um relacionamento sadio.
Sobre as dancinhas, já botamos a mão no joelho, demos uma abaixadinha, mexemos gostoso, balançando a bundinha; mais tarde, para garantir uma foto bonita, travamos na pose, chapamos no zoom e demos o close para, mais recentemente, desenrolar, bater e jogar de ladinho.
É muita batida e sacudida. E pensar que a gente avaliava se ainda era uma garotinha, esperando o ônibus da escola, sozinha; ficava no silêncio da noite imaginando nós dois; ou a semana inteira esperando para ver sorrindo, porque quando a gente ama não pensa em dinheiro, só se quer amar. Tudo, com a certeza de que meu nome é Gal. Gal? César? Marcio? Ah, encerra o Rei de forma categórica: “Esse cara sou eu”.
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