Na semana passada, lembramos da revista O Cruzeiro, que circulou no Brasil entre 1928 e 1975. Agora, o leitor José Wagner sugere uma coluna sobre a Manchete, que nasceu em 1952 e que foi até 2000 no padrão tradicional.
A revista foi criada por Adolpho Bloch e, a exemplo de O Cruzeiro, era semanal. Em muitas edições, a tiragem superou a da concorrente. Sua estratégia para conquistar os leitores foi o fotojornalismo, com reportagens nacionais e internacionais. Havia destaque para a política, esporte, ciência, comportamento, cinema, saúde, culinária e outros. Uma das suas marcas era a cobertura do Carnaval.
A Editora Bloch, que depois criou a Rede Manchete de Televisão, investiu muito na qualidade gráfica da revista, que chegou a ter uma tiragem de 700 mil exemplares. A beleza das imagens era garantida pelo fotógrafo francês Jean Mazon. Entre seus redatores, estavam nomes como Carlos Drummond de Andrade, Ruben Braga, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues e outros.
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Em 1958, ela chegou a contratar 17 jornalistas de O Cruzeiro. Em algumas edições, causou polêmica. Em 1953, por exemplo, publicou uma foto da atriz Marilyn Monroe nua, o que motivou a apreensão da revista em todo o Brasil.
Quando o presidente José Sarney visitou a União Soviética, em 1988, foi produzida edição especial, toda escrita em russo, para ser distribuída em Moscou. Em 1989, foi feita uma tiragem em francês, para comemorar o bicentenário da Revolução Francesa.
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Bloch era amigo pessoal e defensor do governo de Juscelino Kubitscheck. Quando o presidente morreu, em 1976, seu corpo foi velado na sede da Manchete. Com a falência da editora, em 2000, a revista parou de circular. Em 2002, com novo dono, ela voltou, mas apenas em edições especiais. Neste formato, manteve-se até 2007.
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