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A maldição da estátua

Por precaução, não se ergue, nem se atribui estátua a alguém em vida. Ainda que o homenageado seja digno e merecedor, a natureza humana é frágil e sucumbe à vaidade.

E sem contar que o próprio povo, assim como hoje homenageia, amanha vaia e tiraniza. É fato comum na vida, no amor e no trabalho, e mais ainda na política e no futebol, por exemplo.

O treinador do Grêmio deve ser um bom sujeito, camarada, leal, mobilizador de emoções, com certeza, mas é pouco conhecedor das variáveis e exigências técnicas do futebol.

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Como prova, basta elencar a sucessão de ações e interpretações equivocadas, a exemplo de episódios relacionados aos jogadores Marcelo Oliveira, Bressan, Montoya, Tardelli, André, entre vários outros, mal escalados e mal posicionados, logo, improdutivos e injustiçados.

Mais recentes, há dois casos que confirmam os erros de compreensão técnica. O primeiro foi a indicação e contratação do jogador Thiago Neves, uma unanimidade negativa. Não à toa, pouco jogou, logo, contrato rescindido, unilateral e onerosamente.

O segundo caso, mais comovente, diz respeito ao jogador Maicon, de bons serviços prestados ao tricolor gaucho, mas, hoje, infelizmente, um ex-atleta.

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O futebol atual não dispensa a excelência do estado físico. Ainda que o jogador queira jogar, afinal, um desejo natural e compreensível, é deselegante submeter o cidadão Maicon a esse desgaste público.

Ano após ano, torneio após torneio, jogo após jogo, evidenciam com rigor que Renato desconhece as probabilidades e as variáveis da dinâmica do futebol. Essa capacidade técnica de aferição, escolha e decisão, Renato ainda não revelou.

Aliás, compreende-se por que em determinado momento, em resposta a questionamentos de jornalistas, desdenhou os estudos técnicos alheios. Deselegantemente, ironizou a decisão de técnicos brasileiros que faziam estágios em grandes clubes europeus.

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Ultimamente, Renato tem sido um exemplo do exercício do pensamento mágico. Que consiste na/da ideia e suposição de que algo que não vinha dando certo deveria dar certo em algum momento seguinte.

E assim, mantido esse ideário, de fracasso em fracasso, o idealizado momento fica para o próximo momento. Logo, como diria o conselheiro Acácio, personagem da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz: “As consequências vêm sempre depois!”

Em tempo: sou gremista, mas nem fanático, nem imorrível. Imortal, só o Grêmio!

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