Pedágios educativos pelas ruas da cidade, trabalhos nas instituições sociais e beneficentes, festas comunitárias, grupos de jovens e adultos e muitas outras iniciativas funcionam apenas com a participação de voluntários. A atividade não é remunerada, mas traz mais prazer a algumas pessoas do que se recebessem pagamento para isso. São altruístas que visam o bem-estar do próximo, principalmente quando este se encontra em situação de vulnerabilidade. A Gazeta do Sul listou dez opções onde pessoas podem se candidatar para desenvolver ações onde terão a gratidão como recompensa.
Em Santa Cruz do Sul existem diferentes formas de ações voluntárias, algumas antigas e outras mais recentes, como o projeto Quanto Vale um Sorriso?. A ação chega a um ano e meio de existência com 13 coordenadores e 38 apoiadores. O slogan do grupo é ‘Fazer o bem faz bem’. A iniciativa começou com a arrecadação de 100 brinquedos para o Dia das Crianças, em 2015. A doação foi direcionada aos bairros Progresso e Margarida.
O idealizador, Eliseu Pereira, decidiu ajudar o próximo por causa da própria história. A mãe, tetraplégica, precisava de muitos remédios, de alto custo. A renda do trabalho do pai não permitia luxos. “Minha infância foi humilde. Os brinquedos eram raros. O projeto iniciou por aí, mas se expandiu”, explica.
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O companheiro de empreitada desde o início foi Gustavo Gerhardt, que também continua no grupo. “A gratidão que recebemos das pessoas nos motiva. A cada campanha nos fortalecemos”, afirma. A maior ação até o momento foi a entrega de 540 brinquedos no Residencial Viver Bem. O grupo também doou 50 kits de material escolar para crianças do Loteamento Beckenkamp, conseguiu 25 ranchos no Natal para moradores do Bairro Várzea e outros 80 ninhos de Páscoa para quem sequer havia recebido um bombom. Também já distribuíram agasalhos no inverno e recentemente, em uma campanha entre os apoiadores, recolheram 99 litros de leite para a Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), que abriga idosos.
Um quarto da casa de Eliseu serve de depósito. Colchões e roupas, por exemplo, ficam estocados para o caso de emergência. “Já recebi 300 livros e aguardo um local para estruturar uma biblioteca comunitária em algum bairro”, revela. Outra ação importante foi a construção de uma casa de madeira no Bairro Belvedere para Juceli Giovane Pereira da Rocha, de 23 anos. Ele sofreu uma lesão grave na coluna ao bater a cabeça durante um mergulho em dezembro do ano passado. Uma rifa está em andamento para auxiliar nos custos da obra. A mãe de Juceli, Odete Pereira, agradece o gesto de solidariedade. “Eu tinha um terreno e eles me ajudaram a levantar a casa. É simples, mas suficiente para nós. O acesso é mais fácil do que na casa anterior”, explica.
Odete: gratidão pelo auxílio do grupo Quanto Vale um Sorriso? | Foto: Lula Helfer
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COMO PARTICIPAR
Contatos para colaborar: pelo Facebook
ou via WhatsApp pelo número 9 9585 6032
No Brasil, 11% da população é voluntária
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Pesquisa de junho de 2016, encomendada pela Fundação Itaú Social ao Instituto Datafolha, apontou que existem 16,4 milhões de voluntários no Brasil, ou seja, 11% da população. Entre os que jamais doaram parte do tempo ou energia em benefício de alguma obra ou projeto, o principal motivo alegado é “falta de tempo” (40%), “nunca foram convidados” (29%), “nunca pensaram nessa possibilidade” (18%) e “não sabem onde obter informações a respeito” (12%).
Oito em cada 10 jovens brasileiros (16 a 24 anos) jamais se envolveram com voluntariado.
A pesquisa do ano passado ouviu 2.024 pessoas em 135 municípios e foi divulgada no Dia Internacional do Voluntariado, em 5 de dezembro. Qual é a recompensa? Essa foi uma das questões para quem afirmou ser voluntário. “Sensação de bem-estar” foi a primeira razão apontada pelos entrevistados. “Sentir-se útil” foi a segunda e “gratificação pessoal”, a terceira. Quando indagadas a explicar por que são voluntárias, as principais respostas foram: “vontade de ser solidário” (55%) e “influência de pessoas e instituições” (18%).
Instituto Humanitas atende 96 crianças e adolescentes
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O Instituto Humanitas Fraternidade (IHF) existe desde 1986 em Santa Cruz do Sul. A missão institucional é promover a cultura da vida, da solidariedade e da paz, a partir da mística da palavra de Deus e da missão solidária, em vista do desenvolvimento humano, espiritual e social e a garantia dos direitos de cidadania, especialmente dos mais pobres. Com a intenção de colaborar no desenvolvimento social de parcelas populacionais menos favorecidas, o IHF prioriza o desenvolvimento de programas com ênfase nos aspectos socioeducativos, alimentar/nutricional, cultural e recreativo. Atualmente, 96 crianças e adolescentes entre nove e 17 anos são atendidos em dois turnos.
Os voluntários no Humanitas auxiliam por duas horas ou mais, conforme a disponibilidade. As ideias para novas ações são bem-vindas. Há carência de diversos serviços, como jardinagem, motorista, cozinheira e oficineiros (xadrez, por exemplo). Nos eventos que são realizados, também é importante o apoio de pessoas dispostas a ajudar. “A nossa equipe é pequena e estamos com defasagem de equipamentos. Somos alvo de muitos furtos e depredação do patrimônio. Sempre aceitamos voluntários, nos auxiliam bastante”, diz a coordenadora Adriana Moré.
Foco Empreendedor atua na rede pública de ensino
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A Foco Empreendedor é uma ONG criada em 2011 com o objetivo de promover e fomentar o empreendedorismo. Atua principalmente na rede pública de ensino. Até o momento, quatro projetos estão em andamento: Caminhos Profissionais, Intercâmbio Assistido, Geração Click e Resgatando Valores.
“A ONG funciona como uma incubadora de projetos. A pessoa que quiser ser voluntária pode se identificar com algum projeto existente e iniciar o trabalho após assinar um termo. Mas se a pessoa tiver uma ideia para que possamos inaugurar um novo projeto, há a necessidade de aprovação do comitê gestor”, explica a presidente Áurea Binz. Em um primeiro momento, as ações estão direcionadas à área de educação. Outra possibilidade é o trabalho voluntário interno, na administração da ONG. A Foco Empreendedor pode ser beneficiada por meio do Nota Fiscal Gaúcha, do imposto de renda pela Lei Rouanet e doações do lucro operacional das empresas para uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
Copame tem hoje 37 voluntários cadastrados
A Associação Comunitária Pró Amparo do Menor (Copame) foi fundada em 1984 e conta com um berçário (crianças até três anos), casa dos pequenos (dos três aos sete anos) e ainda casa dos meninos e casa das meninas (dos oito aos 12 anos). A instituição conta com cuidadores, cozinheiras, auxiliares de limpeza, equipe técnica e administrativa. Os acolhidos recebem atendimento psicológico, social, educacional, pedagógico e de saúde, com profissionais voluntários. A maior parte dos voluntários interage com as crianças na recreação, oficinas e auxílio em tarefas da escola. Atualmente, são 37 cadastrados.
CONTATOS
Telefone: 3717 9200
E-mail: copame@copame.org.br
Cinco pessoas na Apae
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santa Cruz do Sul (Apae) também recebe voluntários. O candidato visita as dependências e avalia o melhor local para atuar. Depois, deve assinar um termo interno de responsabilidade. Atualmente, cinco voluntários auxiliam os funcionários da Apae. “Alguns vêm todos os dias, outros uma vez por semana. Depende da disponibilidade. A maior demanda é nos grupos de convivência e assistência social”, explica a diretora Cisele Borba. O contato pode ser feito pelo telefone 3711 3098.
OUTROS LOCAIS
* A Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan) conta com seis voluntários atualmente. Entre os serviços prestados estão cortes de cabelo, manicure e pedicure, auxílio na cozinha e oficina de alfabetização. A maior demanda é na higienização e na área de saúde, como dentistas e enfermeiros. Existe carência de pessoas para desenvolver atividades com os idosos, como artesanato, caminhadas, contação de histórias e jogos. Para colaborar, o contato pode ser pelo telefone 3713 3990. Doações: Banco do Brasil – agência 0180-5 e conta 3474-6.
* A Mitra Diocesana desenvolve oito projetos em Santa Cruz do Sul com crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social. Os voluntários são bem-vindos. Para saber detalhes, o contato é 3711 3668 ou 3713 1050. O e-mail é mitra@mitrascs.com.br.
* A Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (Oase) mantém o projeto Alegria e Esperança com 70 jovens de sete a 17 anos dos bairros Bom Jesus e Pedreira. O trabalho é desenvolvido com 15 voluntários que se dividem em oficinas de música, dança, artes, culinária, costura, confecção de velas e reforço escolar. O contato deve ser feito com a presidente Marlene Fuerstenau pelo telefone 99952 8310.
* A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) é uma ONG que conta com cinco voluntários. Um diferencial no momento seria um voluntário que pudesse atuar na área de educação física, principalmente para ministrar aulas de ioga. Para orientar uma oficina de artesanato também há espaço. Outra forma são profissionais da saúde que possam receber pacientes em seus consultórios. O contato é 3056 9500.
* A Associação de Assistência a Pacientes Oncológicos e Transplantados (Aapot) é outra entidade que aceita voluntários. Alguns auxiliam diretamente os pacientes e outros realizam trabalhos como massagem, eventos de prevenção, transporte de materiais e jardinagem. O candidato é convidado a conhecer a estrutura e avaliar em qual função poderá se encaixar, conforme a disponibilidade de horários. O contato é 3715 1127.
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