A luz que a leitura precisa

A paixão de Sônia Luz pela literatura surgiu quando ainda era jovem. Em casa, ela inventava histórias e contava para a família; na escola, lia todos os livros disponíveis na biblioteca. “Como eu sempre fui uma pessoa mais tímida e fechada, a arte de uma maneira geral era muito bem-vinda na minha vida. Meus melhores momentos de lazer eram os livros, as exposições de arte, os museus, as viagens”, relembra.

O gosto pela leitura e pela escrita levaram Sônia à graduação em Letras, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). “A partir daquele momento, eu tive a certeza de que era o que eu mais gostava de fazer.” Depois, ela voltou para o ambiente acadêmico, mas como docente.

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Antes disso, logo que se formou na faculdade, iniciou o trabalho como professora de alfabetização e de Ensino Médio. Sônia relembra uma iniciativa dessa época, na Escola Educar-se, que tem muito orgulho de ter realizado. Ela foi a responsável por criar uma experiência de oficinas literárias para crianças da Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental, trabalho que foi referência para muitas escolas.

“Primeiro nós estudávamos sobre a literatura infantil e depois trabalhávamos de uma forma prática com as crianças, fazíamos a criação de poesias. Os trabalhos foram expostos na escola posteriormente”, conta.

Outra memória que segue viva na mente e no coração de Sônia é o primeiro prêmio que ganhou por um texto de autoria dela. A obra foi produzida no 8º ano do Ensino Fundamental. Uma poesia despretensiosa, segundo ela. “Na época, fizeram até homenagem para mim, ganhei um livro e muito reconhecimento de todos. O momento foi muito importante para minha trajetória”, declara.

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Aquele foi o pontapé inicial para continuar escrevendo, mas Sônia ainda não possui nenhuma obra autoral publicada. Ela afirma que pretende lançar a primeira ainda neste ano. Poesia, contos e crônicas estão entre os gêneros preferidos para desenvolver a escrita. “Eu sou especialista nisso, é uma grande paixão minha.”

“Quase como respirar”

Para Sônia, é gratificante quando uma pessoa se torna leitora a partir de um pequeno impulso. “O incentivo à leitura para mim é quase como respirar. Se eu ler um livro, vou dizer como ele é. Se eu ler dez, cinquenta ou cem, vou poder dar mil exemplos. Mas não existe uma receita específica. O importante é você ser um leitor atento, conhecer as pessoas e indicar os livros” declara. Para a apreciadora fiel do mundo literário, é dever de todos incentivar – em algum momento da vida – a leitura. “Não digo como educador, porque parece que já associamos a isso, mas como ser humano. Eu sempre procuro olhar diretamente para a pessoa e dizer o quanto é importante. É parte do meu trabalho; se eu gosto, eu tenho que ter uma forma de fazer com que as pessoas participem daquilo, se sintam tocadas. Isso traz conexão e respaldo para meu trabalho”, reitera.

A pessoa que deseja criar o hábito da leitura deve começar pelo assunto que mais lhe agrada, de acordo com Sônia. “Se a pessoa gosta de um gênero específico, pode encontrar algo interessante que vai proporcionar o desejo de conhecer mais sobre esse ou outros. Eu indicaria a literatura atual, começar por aquilo que está falando do meio, da vida que está pulsando no momento. Para um leitor que está sendo construído, a melhor forma é descobrir o seu interesse”, enfatiza. A educadora salienta que se uma escola ensina a ler, já ensinou tudo. “A partir disso, a pessoa procura o que ela gosta e o que não sabe. Ela vai explorar cada vez mais essa diversidade de conteúdos que tem. Por isso, eu friso: apenas leiam.”

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Saiba mais

Atualmente, é conselheira do Colegiado Setorial do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (CSLLLB), do Estado do Rio Grande do Sul, e conselheira da Setorial de Literatura, do Conselho Municipal de Cultura (CMC), de Santa Cruz. Para acompanhar mais sobre o trabalho de Sônia Luz, siga no Instagram @sonia_md_luz.

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