A essa hora, há dez anos, o santa-cruzense Matheus Raschen, de 20 anos, lutava pela vida. O filho de Nestor e Núria e estudante do curso de Tecnologia de Alimentos na UFSM havia ido à Boate Kiss na madrugada de 27 de janeiro de 2013, com uma amiga, após uma festa de formatura. Como chegaram por volta de 2 horas, ficaram quase na porta da Kiss. Após o incêndio, ele foi um dos que saíram primeiro.
Mas Matheus permaneceu próximo à boate tentando auxiliar as pessoas que haviam ficado dentro. Na última vez em que o santa-cruzense entrou, desmaiou, e os bombeiros conseguiram retirá-lo e levá-lo ao hospital. Nestor e Núria foram a Santa Maria e acompanharam quando Matheus foi transferido em um helicóptero a Porto Alegre.
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Ele estava com queimaduras graves em 43% do corpo. Entre melhoras e recaídas, o jovem sofreu uma parada cardíaca e faleceu às 21h45 de 31 de janeiro. O velório comoveu Santa Cruz e lotou o ginásio do Corinthians. Passados dez anos, à Gazeta, Nestor salienta a importância de manter viva a memória do filho e das demais vítimas. “A nossa luta continua por justiça. É importante a lembrança do caso para memória das pessoas que lá perderam sua vida, e para que isso não aconteça mais. Foi uma tragédia absurda que vitimou 242 pessoas e deixou marcas profundas nas famílias”, afirma.
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“Essa luta de dez anos poderia estar melhor se a decisão do júri fosse mantida. Ainda bem que o Ministério Público está empenhado. Esperamos que algo aconteça ainda neste ano. Ou que haja revisão da sentença do tribunal ou que seja agendado um novo julgamento. Isso não pode ficar impune. A sociedade precisa de uma resposta diante dessa grande negligência”, afirma Raschen.
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