Gigantes por natureza e deitados eternamente em berço esplêndido, havia uma terra e seu povo que acreditavam na lenda acerca da ascensão ao poder de um homem pobre e humilde.
Sem cultura e educação formal, e advindo de região miserável e árida da nação, estaria, porém, investido e atribuído de sabedoria, humildade, liderança e desprendimento material.
A lenda em torno desse messias fazia crer também – baseado em outra lenda que atribui virtudes naturais aos materialmente pobres – que seria incorruptível, dotado de honestidade, senso ético e moral. Uma alma nunca dantes vista naquelas terras e terras nenhumas entre todas as terras do mundo.
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E esse predestinado conduziria todo o seu povo, pobres e ricos, negros e brancos, sulistas e nordestinos, indistinta e equitativamente, à plenitude de seus direitos, posses materiais e culturais e demais prazeres.
Conquistas e realizações como que por encantamento. Afinal e consequentemente, repetia-se que tal nação e seu povo seriam pródigos por natureza e divindade.
E, assim, durante anos e anos propagou-se a lenda. E com seu crescimento e a popularidade do messias, a reprodução massiva de seus pastores e fiéis.
E o que era uma lenda virou uma religião. E como as demais religiões, também tem seu ícone, seu dogma e o exercício da idolatria.
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Além dos ditos e cantados atributos que a origem social e geográfica lhe incorporariam como por osmose e misticamente, a lenda, como toda lenda, também dizia que haveria um sinal, um pequeno detalhe físico-estético que permitiria identificar quem de fato seria o predestinado. Típico de lendas!
Mas, ainda que tardias, a realidade e a verdade acerca dos milagres, pessoas e fatos não mantiveram concordância com o que se lhe cantavam e encantavam a lenda e o próprio messias, a retórica dos pastores e os desejos dos respectivos fiéis.
Então, não demorou e o que era promessa de “paz e amor” virou incitação às diferenças étnicas, sociais, culturais e institucionais, grosseiramente batizadas e rotuladas.
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E o que pregara a lenda, seus propagadores e fiéis sobre a suposta sabedoria, humildade, liderança e desprendimento material do messias, transformou-se em dilúvio de profanações, arrogância, mentiras, apropriações indébitas e escândalos.
Mas, como todas as igrejas e seu dogmas, como todas as lendas universais, também esta mantém sua narrativa, seu ícone, seus propagadores e crentes. Apesar de todos os pesares e ainda que quase apagada e cadente a estrela que a simboliza.
Qualquer semelhança com histórias e estórias brasileiras é mera coincidência.
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