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“A leitura e a escrita abrem portas para o mundo”, afirma professora do Mauá

Uma professora “encantada” pelo que faz: Fabiana, durante aula com a turma do 8º ano do Ensino Fundamental II

Quando perguntam à professora de Letras Fabiana Inês Beber por que quis ser educadora, ela responde, de imediato, que sempre se imaginou lecionando. Tal certeza, mantida viva desde a época da adolescência, é atribuída, entre outras coisas, à postura que seus professores tinham em sala de aula. “Me encantava a forma como conduziam as aulas, isso ainda no Ensino Fundamental. Mais tarde, tive professores também inspiradores, que eram mestres, acima de tudo. Não eram só professores da disciplina que davam, mas pessoas comprometidas e que estimulavam uma relação de prazer e de alegria com o conhecimento”, destacou.

Hoje, com mais de 20 anos de experiência em sala de aula, ela relembra a atitude dos seus antigos educadores e considera que “professor tem que saber ouvir e saber se colocar; às vezes, muito mais ouvir do que falar, pois a escola é um espaço de escuta”. Esse exemplo aprendido, conforme avalia, tem sido essencial para sua prática diária com os alunos, especialmente com os adolescentes.

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Fabiana tem formação em Português/Inglês e, desde 2007, dá aula para cerca de 150 alunos do Colégio Mauá, divididos em turmas de 5º e 8º anos do Ensino Fundamental II. Natural de Candelária, faz diariamente o trajeto até Santa Cruz do Sul na companhia do filho João Artur e de outras três alunas, todos estudantes do Mauá. Ao longo da sua formação, disse que teve professores “seduzidos” pelo universo da leitura e da escrita e um pai igualmente “encantado” por contar histórias.

Nesse aspecto, Fabiana observa que provocar esse “encantamento” nos alunos é importante, mas nem sempre fácil. Por isso, procura se espelhar em profissionais que a inspiram, o que inclui colegas. “Sem a leitura e a escrita eu não seria quem sou, pois elas me constituem”, resumiu, sublinhando que esse universo é, literalmente, “o que abre as portas para o mundo”. Por isso, também faz questão de mencionar a importância da Língua Portuguesa.

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“Quando um aluno chega no 3º ano do Ensino Médio, o sucesso alcançado em avaliações externas ou expresso pelas notas satisfatórias é resultado de toda uma caminhada de leitura e de escrita que começou, obviamente, muito antes daquele ano, ou seja, ler e escrever são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento da capacidade de reflexão como um todo. Eles nos dão a consciência de estar no mundo. Uma pessoa que lê e escreve ativa muitas operações mentais necessárias ao trabalho, às relações, às tomadas de decisão, à formação de opinião, enfim, para a participação ativa da vida em sociedade. A relevância da disciplina de Língua Portuguesa é ainda mais evidente se considerarmos que a escola pode ser hoje, na vida de muitas crianças e adolescentes, um dos únicos espaços onde eles se encontram com determinados tipos de conhecimento, muitas vezes banalizados em outros contextos.”

Fabiana avalia que a escola precisa trabalhar para instigar o aluno a produzir, a pensar e a ser criativo, em meio à concorrência das mídias digitais, que entregam tudo muito pronto e rápido. Para tornar isso possível, ela considera precioso provocar os alunos na “condição de um professor mediador e que demonstre, através de seus exemplos, o gosto por ler e escrever”. Mas isso leva tempo, requer paciência e nem sempre é prazeroso desde o início. “Leitura e escrita, embora possam ser realizadas fisicamente ao lado de alguém ou sob orientação de outra pessoa, são atividades solitárias, pensando em processo mental, e exigem muito esforço também”.

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Retorno afetivo

O espaço da escola proporciona o encontro de diversas realidades. Fabiana trabalha com alunos de diferentes faixas etárias e, por isso mesmo, características bem distintas. Ao mesmo tempo em que essa variação se apresenta como um desafio, também se revela encantadora. E ela justifica com poucas palavras: “Tem um retorno afetivo muito grande”.

Outro aspecto destacado se refere aos resquícios deixados pela pandemia. “De modo geral, as pessoas ainda estão muito fragilizadas e as relações, estremecidas. No entanto, essa superação só acontece com vínculos afetivos nas interações com os outros. Considerando-se que a sala de aula é um dos principais lugares onde essas diferenças aparecem, é natural que as crianças precisam aprender determinados comportamentos, como saber falar, saber ouvir e esperar, que são próprios do espaço coletivo.”

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