Na manhã desta quarta-feira, 29, a delegada Graciela Foresti Chagas, titular das delegacias de Sobradinho e Arroio do Tigre, participou do programa Giro Regional, da Gazeta FM 98.1, quando falou sobre os crimes que ocorreram na região nos últimos dias. De acordo com a delegada, mais um homicídio ocorreu em Sobradinho nas últimas horas.
O corpo de um rapaz de 24 anos foi localizado na manhã desta quarta-feira, 29, nas imediações do Bairro Peões. A mãe da vítima procurou a delegacia para registrar o desaparecimento. O homem possuía dividas com o tráfico de drogas. O corpo foi localizado próximo a um matagal.
Conforme a delegada, esta é a terceira morte na Região Centro-Serra em virtude do tráfico de drogas. Um segundo crime ocorreu também nesta semana e vitimou Irani Cristiano Geraldo, conhecido como Geraldinho, em Lagoa Bonita do Sul. Ana Paula Grigollo, parente da vítima, também concedeu entrevista ao programa Giro Regional, na manhã desta quarta-feira, 29. Ela pediu justiça, e destacou que Geraldinho não tinha problemas com ninguém e era uma pessoa tranquila. “Ele era mecânico, chegou a trabalhar com transporte escolar, ele morava sozinho e revelou que estava pensando em vender o carro que foi roubado pelo indivíduo.”
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Graciela destacou que um homem de 22 anos confessou a morte do mecânico. O suspeito não possuía antecedentes criminais e, segundo a delegada, matou Geraldinho para conseguir o veículo e levá-lo para pagamento de dívidas com o tráfico em Cachoeira do Sul. Chegando lá, os traficantes não aceitaram o automóvel e ele precisou retornar. Segundo a delegada, o indivíduo é viciado em cocaína.
De acordo com Graciela, o delegado de Candelária, a quem o indivíduo se apresentou, não fez a lavratura da prisão porque não tinha elementos que possibilitassem a prisão em flagrante. “É proibido reter na delegacia alguém que não tenha contra si um mandado de prisão ou que não esteja preso em flagrante. Muitos perguntam por que o indivíduo confessou o crime e não está preso. Não está preso porque a lei que nós temos que cumprir proíbe a prisão de quem não for pego em flagrante ou não tiver mandado de prisão contra ele”, explicou.
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A delegada também destacou que a prisão preventiva não foi efetuada porque é uma prisão provisória durante a investigação do processo, que só pode ser solicitada por duas pessoas: o delegado ou o promotor de justiça. “Quando o delegado solicita essa prisão, encaminha ao juiz, que pede que o promotor se manifeste e devolve a manifestação ao juiz, que decide ou não pelo mandado de prisão. Demora horas ou dias para a análise do pedido, e a pessoa, durante esse tempo, não pode ficar na delegacia, já que a Lei de Abuso de Autoridade tornou isso crime. Se o delegado for contra a legislação, cometerá um crime e poderá ser preso, perder sua carteira funcional, pagar multa e indenização ao criminoso”, afirmou.
Graciela ressaltou ainda que serão tomadas todas as medidas possíveis para resolver essa situação. Ela salientou que tentou buscar uma solução jurídica para manter o indivíduo preso, mas que não foi possível. “Foi criada uma lei que beneficia o crime, nós tentamos estudar todas as medidas possíveis para manter o indivíduo recolhido, mas a legislação favorece mais o criminoso do que a sociedade. Eu compreendo a revolta dos familiares, da sociedade, nós também ficamos com um sentimento de frustração buscando uma solução para esse caso, mas a lei nos obriga a abrir a porta e dizer que o indivíduo pode ir embora, por enquanto”, acrescentou.
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A delegada disse que os homicídios registrados nos últimos dias foram praticados por pessoas jovens, usuários de drogas, e que é preciso um olhar atento da família quanto ao incentivo do consumo de álcool por parte dos filhos.
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Crimes virtuais
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Conforme Graciela, os crimes virtuais também aumentaram durante a quarentena e é preciso ficar atento ao usar as redes sociais, que podem ser porta de entrada para os criminosos. Ela citou um crime que ficou conhecido na região, quando uma jovem envia um convite de amizade para homens e após uma troca de conversa ela solicita fotos de nudez. Após isso, um suposto responsável exige dinheiro da vítima para que o caso não seja divulgado.
“Essas situações poderiam ser evitadas se houvesse um pouco mais de cautela. Não devemos aceitar qualquer pessoa nas redes sociais. As pessoas não devem ostentar artigos de luxo, carros e acessórios. Não é adequad. Essa ostentação pode trazer prejuízos”, disse.
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