Na coluna anterior, lembramos da invasão da Vila de Santa Cruz pelos serranos, em 2 de fevereiro de 1894. Cerca de 500 homens armados, liderados por Zeca Ferreira, saquearam a Intendência e a Cadeia.
Como o grupo defendia as forças federalistas, de Gaspar Silveira Martins, os moradores foram pedir proteção aos líderes gasparistas. Mas de nada adiantou. O bando invadiu muitas casas, sem perguntar quem era maragato (seguidor de Gaspar) ou pica-pau (de Júlio de Castilhos). Eles só queriam dar uma lição a Santa Cruz, que colocava empecilhos aos serranos que desejavam vender erva-mate na vila.
Apavoradas, muitas famílias foram esconder-se nos matos. Os próprios líderes gasparistas e castilhistas sumiram. Na noite de 11 de fevereiro, lideranças promoveram reunião no Hotel Scherer (hoje Hotel do Comércio) e criaram um grupo neutro (nem maragato, nem pica-pau) para tentar negociar a libertação da vila.
Publicidade
Mas a comissão não precisou agir. No dia 12, uma força legalista, vinda de Rio Pardo, deu fim ao conflito. Com 400 homens, infantaria, cavalaria e artilharia (dois canhões), ela colocou os serranos em fuga.
Os canhões foram posicionados no Morro dos Tatsch e de lá dispararam balas (pelotas de ferro) nos revoltosos, que estavam no entorno da atual Praça da Bandeira. Por pouco, o prédio da Intendência (Palacinho) não foi atingido.
O confronto durou duas horas. Ocorreu a morte do capitão Ouriques, da força legalista, e 12 serranos. A revolução terminou em agosto de 1895, com a derrota dos maragatos e a consolidação do governo castilhista.
Publicidade
Em 20 de novembro daquele ano, Ferreira e seus homens voltaram a Santa Cruz e assinaram acordo de paz. O intendente Galvão Costa tentou um acerto em relação ao dinheiro desaparecido do cofre da Intendência. Mas não há notícias sobre a restituição ou não dos valores.
CONTINUA
Pesquisa: Cedoc/Unisc e Gazeta do Sul
Publicidade