Platoon, de 1986, é um clássico dos filmes de guerra. Também é uma investigação sobre como o senso de moralidade pode sobreviver em meio a situações extremas. Ou insanas. Após se alistar como voluntário para combater no Vietnã, Chris Taylor junta-se a um pelotão de infantaria em 1967. Em pouco tempo, suas noções de dever patriótico e até sua racionalidade perdem terreno para a realidade caótica do conflito.
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O inimigo não está apenas entre os vietcongues. A maior batalha acontece dentro do próprio pelotão, mais precisamente nas figuras dos sargentos Barnes e Elias. O primeiro encarna a violência pura e desprovida de reflexão, sem nenhum juízo moral. Para ele, tanto faz eliminar um combatente armado ou matar mulheres e crianças. Todos são alvos, tudo é permitido no redemoinho da guerra.
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Por sua vez, Elias contrapõe-se a Barnes ao tentar preservar a própria humanidade e a de seus companheiros. Essa rivalidade explode na famosa cena do massacre na aldeia vietnamita. Durante uma incursão à procura de armas, na qual soldados – comandados por Barnes – executam moradores, Elias surge para intervir e questiona o outro sargento: “O que você pensa que está fazendo? Nós não somos um pelotão de extermínio!”.
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Taylor oscila entre estes polos de carne e osso, Elias e Barnes. Como se dentro dele a mesma luta se repetisse, entre impulsos de destruição e compaixão. Em suas anotações, quase um diário, escreve: “O inferno é a impossibilidade de sensatez”. Tudo pode ser permitido? Como colegas de armas tornam-se inimigos mortais?
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No domingo passado, insufladas por um estranho sentimento “patriótico”, milhares de pessoas promoveram um show de horrores na Praça dos Três Poderes. Desnecessário repisar o que todos sabem, enumerar os crimes cometidos.
Não foi sem aviso. No dia 24 de dezembro, a polícia desativou uma bomba instalada em um caminhão de combustível, perto do aeroporto de Brasília. Um homem preso admitiu que o plano era, a partir de atos semelhantes, “instalar o caos” no País. Como chegamos a esse ponto? E, em meio aos vândalos de Brasília, um PM e um oficial do Exército enfrentam-se aos gritos. O inferno é a impossibilidade de sensatez.
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