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APRENDER BRINCANDO

A importância do brincar no desenvolvimento infantil

As memórias afetivas estabelecidas através do brincar, dos momentos de estar efetivamente destinando tempo e atenção de qualidade para estar com bebês, crianças e adolescentes são constituintes de sua subjetividade, ou seja, são parte importantíssima da bagagem emocional que esse ser humano leva na sua trajetória de vida.

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Engana-se quem pensa que brincar é só coisa de criança. Brincar é primordial para o pleno desenvolvimento humano. Desde bebês já aprendemos brincando, seja com a presença e ausência do adulto de referência, com as brincadeiras de “cadê achou”, que tanto divertem os bebês, cobrindo o rosto e logo se fazendo encontrar, ou jogando objetos longe, para que alguém lhe alcance novamente. Assim, o bebê vivencia experiências, conhece e reconhece a si mesmo, aos outros, os objetos e o meio em que vive.

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Nesse sentido, desde muito cedo é fundamental inserir o bebê no campo da linguagem nomeando as ações, objetos e dialogando a respeito do que está sendo vivenciado..

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Psicopedagoga Deise Caterine Schuck
falou sobre a importância do brincar | Foto: Arquivo Pessoal

À medida que as crianças vão crescendo, por volta dos dois anos, o faz-de-conta e a imaginação passam a fazer parte do universo das brincadeiras, “quando o pote vira chapéu” ou quando a criança reproduz no brincar cenas vividas. Isso vai dando subsídios psíquicos para seu crescimento, ou seja, vamos compondo nosso pensamento simbólico, a habilidade de representar, aquilo que nos possibilita a criatividade, solucionar situações simples e complexas do cotidiano, ter elementos para compor narrativas, expressar através da brincadeira ações vividas diariamente. Além de exercitar diferentes habilidades psicomotoras, afetivas, cognitivas, emocionais e sociais.

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Desde muito cedo as crianças já podem fazer parte, brincando, de algumas rotinas de organização da casa, seja nos momentos das refeições, como auxiliares na composição da mesa ou no preparo dos alimentos, na arrumação dos brinquedos, na escolha de roupas e organização do banho. Esses pequenos movimentos favorecem, ampliam e impulsionam o vínculo afetivo, a autonomia, a responsabilidade e a autoconfiança.

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Brincar com jogos estruturados e de regras é importante. À medida que as crianças vão crescendo podem ser incluídos aos poucos à rotina, como, por exemplo: jogos de memória, quebra-cabeça, jogos de baralho, jogos de tabuleiro, jogos de raciocínio, sempre lembrando que quando nos colocamos em jogo, podemos ganhar ou perder e assim vivenciar a frustração que é imprescindível para o desenvolvimento.

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Os vídeos, desenhos, jogos digitais e as inúmeras ofertas tecnológicas com certeza farão parte das vivências com as quais as crianças e adolescentes estarão habituados, mas o tempo de uso pode e deve ser organizado pelos adultos, como uma maneira de impulsionar a procura por outras áreas de interesse.

E sim, é possível incluir crianças maiores e adolescentes em brincadeiras e jogos que não sejam eletrônicos. Existem muitas possibilidades de jogos de cartas, tabuleiro e raciocínio que envolvem esses jovens, quando os adultos também estão engajados na ação proposta.

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O que observar

  • Como a criança se comunica
  • Como ela interage
  • Ela convoca o outro ou prefere brincar sozinha
  • Demonstra autonomia
  • Como está sua motricidade ampla e fina
  • Como pinta
  • Como desenha
  • Como corre
  • Oferecer algo que seja de sua área de interesse
  • Se consegue seguir as regras do jogo
  • Espera sua vez
  • Quando acontece a frustração, como reage
  • Quais são as reações da criança ao brincar
  • O adolescente compreende as regras do jogo

Caso algumas dessas questões sejam observadas e causem preocupação aos adultos, são áreas e habilidades que merecem maior atenção e estímulo. Se depois de algum tempo não evoluírem, conversar com os profissionais da escola é importante. Se as preocupações forem semelhantes, buscar auxílio de um especialista pode ser indicado.

Brincar, fazer algo pelo simples fato de proporcionar alegria e ampliar o vínculo afetivo pode ser uma prática para além das férias escolares, quem sabe até fazer parte da rotina, será que pode ser um hábito para sua família?

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