Alguém sabe qual é o montante de seus gastos, no fim do mês? Não, não apenas a prestação da casa ou do apartamento, do carro ou da moto, ou de mais alguma despesa especifica, mas, de todos os gastos, dos almoços fora de casa, do cafezinho, da feira e do mercado?
As preocupações financeiras tiram o sono de muitas pessoas, ainda mais num tempo de pandemia como o atual, com todas as implicações negativas já vividas e que, certamente, ainda vão perdurar durante algum tempo, talvez até com mais rigor. Se em situação normal já é necessário, agora, então, a necessidade de planejar-se financeiramente é quase um mantra, repetido por economistas e especialistas.
É do matemático e físico irlandês William Thomsom, nascido em 26 de junho de 1824 e morto em 17 de dezembro de 1907, a frase extemporânea de que “Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”. Além de não perder o sentido e a aplicação, a frase pode ser usada em qualquer tempo e, principalmente, nas várias áreas das atividades humanas. Entre essas estão as finanças pessoais e familiares.
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Se quisermos conhecer a exata situação financeira pessoal ou familiar para poder medir e melhorá-la, temos que saber quanto e em que gastamos nosso dinheiro. Confiar apenas na contabilidade mental é arriscado porque muitos desembolsos vão ser esquecidos. É preciso colocar no papel, digitar no computador ou no celular, diariamente – de preferência, logo após a ação -, cada pagamento ou compromisso financeiro assumido (no cartão de crédito, carnê de crediário, cheque pré).
A metodologia da DSOP Educação Financeira sugere fazer isso, antes de preparar um orçamento doméstico, durante 30 dias (para quem tem renda fixa) ou 90 dias (para quem renda variável). O resultado desses registros é o diagnóstico ou a fotografia da situação financeira pessoal ou familiar, naquele momento.
Ao colocar as contas “na ponta do lápis”, usando uma expressão antiga, ou, numa versão mais moderna, na planilha de computador ou do celular, a maioria se surpreende com os números, pois só tinha certeza de que o dinheiro evaporava, desconhecendo, em grande parte, o destino. Além disso, o exercício permite que a pessoa ou família possa refletir sobre cada um dos desembolsos efetuados e analisar se realmente merecem o valor que foi pago por eles ou, pior ainda, se havia necessidade deles.
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Diversas vezes, agindo por impulso, compramos coisas sem real necessidade, o que poderia ser avaliado como supérfluo ou desperdício. Ao revisar esses gastos, por ocasião do registro, podemos enxergá-los de outra forma, principalmente quando os adicionamos a outras despesas já efetuadas. Esse valor acumulado pode comprometer a realização de um sonho que a família vem acalentando há algum tempo, como uma viagem.
Com relação a gastos considerados supérfluos cabe um parêntese. Para muitas pessoas, um determinado gasto supérfluo é desperdício. Entretanto, para outras o mesmo supérfluo faz muito bem a quem o pratica, mesmo não sendo realmente necessário. É o caso, por exemplo, de tomar aquele cafezinho gostoso, naquele ponto comercial aconchegante, mesmo que eventualmente mais caro, pelo simples prazer que provoca ou por ser agregador de novas amizades, novos negócios, desde que, é claro, não provoque desequilíbrio financeiro. Trata-se, portanto, de valorizar o supérfluo consciente.
A base do planejamento financeiro é ter um diagnóstico da situação, realizado conforme sugerido anteriormente. Por isso, é importante criar o hábito de registrar, todos os dias, conforme os desembolsos vão sendo realizados, mostrando algum gasto mal feito o que permite dar-se conta de objetivos mais importantes.
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Facilmente postergado ou até esquecido, vamos combinar: anotar, todo o santo dia, os gastos da balinha à prestação da casa ou do carro é chato. Mas, deixar para lançar depois, além de esquecer algum item pode dar aquele desânimo e, quando vê, mais um mês acabou e o dinheiro foi embora sem saber para onde. Existem, disponíveis na internet, alguns até grátis, programas eletrônicos, como apps de celular ou computador, que podem auxiliar no registro e acompanhamento das entradas e saídas de dinheiro. Mas, como toda e qualquer ferramenta, sozinha não muda o resultado financeiro de ninguém. É preciso observar a si mesmo e suas escolhas. Como dizia o comercial de uma marca famosa: just do it! (é só fazer).