Francisco Teloeken

A importância da reserva estratégica

Em maior ou menor grau, todos nós certamente já tivemos que efetuar, às vezes de forma reativa, ajustes e mudanças em nossas vidas, na área pessoal, familiar, profissional, social, de lazer e, é claro, na financeira. Aliás, a necessidade de mudanças em algumas áreas geralmente é decorrente de problemas na área financeira: pode ser a perda do emprego, a redução ou perda de receita do negócio, alguma doença mais grave, acidentes, uma pandemia como a de Covid-19 ou as enchentes, como as que ocorreram recentemente, em várias regiões do estado gaúcho.

Das muitas lições que se pode tirar da situação provocada pela pandemia de Covid-19, por exemplo, uma delas foi as pessoas não disporem de uma reserva financeira para enfrentar aquela situação complicada. Muitos especialistas denominam essa reserva estratégica de reserva de segurança ou de emergência. Como as palavras tem significado e poder de realização, podendo atrair situações negativas, o mais apropriado é chamar de reserva estratégica já que pode ser usada também para aproveitar alguma oportunidade de negócio.

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Ninguém está livre de, em algum momento, ter que enfrentar uma crise financeira, seja por motivos pessoais ou coletivos, como uma pandemia ou enchente. Quem não fez a lição inicial e básica em relação às finanças pessoais ou familiares de criar uma reserva estratégica, proativamente, pode sofrer mais os efeitos das crises, uma vez que gastos continuam ocorrendo com alimentação, água, luz, gás, condomínio, transporte, despesas médicas, etc. Quem não tem uma reserva e passa por um choque financeiro acaba, muitas vezes, atrasando pagamentos ou tendo que recorrer a empréstimos, o que só faz aumentar o prejuízo.

A realidade é que muitas pessoas só buscam mudanças em suas práticas financeiras quando enfrentam grandes crises, pandemias ou catástrofes climáticas. Pensando em ajudar as pessoas a se prepararem e assegurarem uma vida financeira mais tranquila, Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira, criador e presidente da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, sugere cinco passos:

  1. Fazer um diagnóstico preciso da situação financeira atual: utilizar aplicativos apropriados ou planilhas para registrar, à medida que acontecem, todas – todas mesmo, independente de valor  –  entradas e saídas de dinheiro, durante pelo menos um mês. A partir desses registros, é possível  ter uma visão detalhada das finanças, permitindo identificar padrões de comportamento que precisam ser ajustados e itens em que é possível diminuir, substituir ou eliminar.
  2. Definir prioridades: o que é mais importante individualmente ou para a família? É preciso estabelecer metas financeiras claras e realistas, como a quitação  de dívidas, criação de um fundo  estratégico ou o investimento para a aposentadoria. A prioridade de metas ajudará a direcionar seus esforços e recursos de maneira eficaz. É claro que as prioridades devem ser adaptáveis, pois mudanças na situação financeira ou em objetivos pessoais podem exigir ajustes no plano.
  3. Planejar e criar um orçamento: o orçamento é uma ferramenta que prevê as receitas e despesas por um período que pode ser mensal, semestral ou anual, dependendo dos objetivos ou necessidades. O importante do orçamento é acompanhar a sua realização, isto é, comparar o que foi previsto com o realizado; devem ser identificadas eventuais diferenças e, com planejamento, promovidos os ajustes necessários para evitar surpresas e manter as finanças em ordem.
  4. Iniciar a formação da reserva estratégica, de  segurança ou de emergência: é crucial para garantir a segurança financeira. Trata-se de um fundo disponível para cobrir despesas inesperadas, como reparos do carro, despesas médicas, perda do emprego ou do negócio, além de casos mais complicados, como a pandemia de Covid-19 ou enchentes e secas; pode ser usado, também, para aproveitar uma promoção ou mesmo uma oportunidade de negócio. O ideal é que essa reserva estratégica possa cobrir o valor das despesas normais de três a seis meses.

Ao adotar esses quatro passos sugeridos pelo Reinaldo Domingos, citado anteriormente – diagnóstico preciso, definição de prioridades, orçamento detalhado e reserva estratégica – a pessoa ou família estará se preparando para enfrentar qualquer crise financeira ou desafio financeiro com mais tranquilidade.

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Paula Appolinario

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