Na edição da Gazeta do Sul do fim de semana retrasado, você leu a primeira reportagem sobre a Rota Germânica do Rio Pardinho, que une os municípios de Santa Cruz do Sul e Sinimbu por um caminho cheio de história e belezas da natureza e outras erguidas pelo ser humano.
A primeira reportagem abordou cinco locais situados no distrito de Rio Pardinho, em Santa Cruz. Agora, outros quatro pontos, estes localizados em Sinimbu, completam essa viagem no tempo feita pela equipe de reportagem da Gazeta.
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Em Sinimbu, o roteiro por importantes pontos turísticos que integram a Rota Germânica do Rio Pardinho iniciou-se pelo Museu Colonial Henrique Engelmann Sobrinho. Construído em estilo enxaimel em meados de 1870, o prédio que hoje é o Museu Colonial foi o primeiro salão de bailes da região. Também serviu de hospedaria de tropeiros que passavam por Sinimbu, além de ter sido sede de um clube de tiro.
O Museu Colonial foi inaugurado pela primeira vez em 1998 e reabriu em 2020. Atualmente, é propriedade de Emigdio Engelmann e integra o Cadastro Nacional de Museus. “Isso coloca Sinimbu no mapa, ou seja, qualquer pessoa em qualquer lugar do Brasil e do Mundo, que queira conhecer o Museu Colonial, pode buscar as informações e localizar nosso museu”, explica o proprietário.
O lugar preserva itens como armas, medalhas, lanças, móveis, brinquedos, livros, entre outros itens que pertenciam a famílias de imigrantes e descendentes de alemães. Além disso, segundo Engelmann, são aceitas doações de materiais que sejam condizentes com o acervo. Uma curiosidade contada pelo proprietário é sobre o teto em formato curvo da casa que abriga o Museu Colonial. “Como era um salão de bailes, já naquela época eles se preocupavam com a acústica, por isso ele é arqueado”, detalha. O valor para acessar o acervo é simbólico, são R$ 4,00 por pessoa. O agendamento para visita deve ser feito pelo número (51) 99945 4326.
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Junto ao Museu Colonial, na mesma propriedade, está situada também a Haas Recanto de Lazer. No local é possível acampar, alugar quartos e até uma casa, datada de 1890. Situada em um lugar privilegiado, perto da natureza, com piscina e acesso ao rio, é ideal para quem deseja ter um tempo de descanso. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (51) 997969160.
Em Linha Rio Grande, interior de Sinimbu, está o Núcleo Germano Wink, composto por três prédios históricos. Um deles é a Graxeira, um imponente sobrado construído por volta de 1950, que servia como uma espécie de indústria de produção de banha de porco e processamento de gordura, carne e torresmo.
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A edificação também servia como hospedaria dos viajantes e produtores rurais que viajavam de longe com suas produções para vendê-las no prédio em enxaimel que fica ao lado da Graxeira. Era uma espécie de mercado da época.
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Inácio Brandt, casado com a neta do fundador do Núcleo Wink, conta que praticamente mora no local, pela paz que o ambiente oportuniza.
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“Em um dos prédios era compra e venda de fumo, a graxeira era fábrica de banha, o pessoal vinha de carroça de Herveiras, traziam o porco carneado e transformavam em banha. E o pessoal que não ficava pronto, pernoitava por aqui. Era um grande movimento, a vó sempre dizia que de madrugada escutava as carroças descendo os morros. E aqui (na casa enxaimel) era venda de tecidos, secos e molhados…”, detalha Brandt.
O município de Sinimbu é conhecido como a capital das pontes pênseis. Elas são importantes para fazer a ligação das propriedades rurais com a estrada geral, que muitas vezes são divididas pelos rios ou arroios. Uma das pontes está situada próximo ao Núcleo Germano Wink e possui capacidade máxima para três pessoas, mas em todo o município, é possível encontrar diversas delas por onde passamos.
Assim que chega em Sinimbu, o visitante se depara com o extenso prédio construído com enormes pedras: o Kaffeehaus. A edificação foi erguida em 1892 a pedido de Augusto Hennig para servir como comércio de alimentos, de pedras semipreciosas, depósito de fumo e fábrica de cigarros. O prédio é administrado por Fernando Hennig, bisneto de Augusto Hennig, e pela esposa de Fernando, Silvana Graciela de Oliveira Buch.
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Fernando Hennig comenta que o Kaffehaus iniciou como um museu. “Tinha muita coisa antiga e não tínhamos onde guardar. Quando eu comprei, a Silvana, que é uma cozinheira de mão cheia, decidiu também oferecer um café, bolos e lanches variados.” O local fica aberto principalmente nos fins de semana, já que é voltado aos turistas. “Mas como moramos ao lado, se chega alguém, a gente atende. Santa Cruz é aqui do lado, então incentiva as pessoas a virem visitar o município, é pertinho, não tem pedágio”, acrescenta o proprietário. Segundo Hennig, muitas famílias visitam o local, além de grupos de ciclistas e de motociclistas.
Na Rota Germânica, a equipe da Gazeta contou com a orientação do guia turístico Luis Carlos Moritzen. Para ele, é uma emoção falar sobre o turismo em Santa Cruz do Sul e na região do Vale do Rio Pardo. “Vocês tiveram condições de presenciar e vivenciar tudo o que podemos mostrar para o turista da região, do Brasil e do Mundo. Realmente, o turismo emociona as pessoas, que vivenciam novas experiências. Santa Cruz e região têm tudo para continuar nesse caminho e cada vez trazer mais turistas para nossa cidade”, ressalta Moritzen.
Atualmente, duas agências trabalham com turismo receptivo na Rota Germânica do Rio Pardinho: a Cirass Viagens e a Pantur Turismo. A Cirass atua com roteiro da imigração e city tour turístico e cultural. A Pantur também leva grupos de turistas que vêm de fora, bem como escolas que desejam transmitir aos alunos a história da imigração.
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