Quem visita Dona Josefa (Vera Cruz), precisa conhecer a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Em 1958, quando a linha ainda pertencia a Santa Cruz, o cônego José Maria Kroetz decidiu homenagear os 100 anos da chegada dos imigrantes à localidade e o centenário do aparecimento de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, ambos ocorridos em 1858.
Para marcar os acontecimentos, optou-se por erguer um monumento religioso, lembrando do fenômeno registrado na Gruta de Lourdes, na França. Lá, na Vila de Lourdes, a santa teria se revelado às meninas Bernadete, Maria e Joana.
Para executar a obra, o padre escolheu o pedreiro Arthur Jähn, nascido em Sinimbu em 1924. Ele era casado com a professora Amanda Maria Rauber Jähn e residia em Dona Josefa. Margareth, uma das filhas do casal, conta que o pai dedicou-se com afinco ao desafio.
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Ex-aluno marista, ele consultou almanaques e revistas, pois queria uma réplica similiar à gruta do Santuário de Lourdes. Jähn escolheu uma área ao pé do morro, ao lado da comunidade católica. A construção recebeu revestimento com pedras brancas e semipreciosas, muitas lembrando gotas de água congeladas. As crianças da escolinha traziam pedras coloridas que achavam na estrada e na roça.
Se não encontrava a pedra ideal, Arthur preparava a peça com o uso de lixa e formão. Assim como em Lourdes, onde a água brotou da terra seca, ele localizou uma fonte e canalizou a água até a gruta. As imagens de Nossa Senhora e de Bernadete completam a beleza do monumento.
Na inauguração, foi realizada uma procissão luminosa. A luz das velas refletia-se nas pedras coloridas, emocionando os fiéis e o construtor, sempre muito orgulhoso da sua obra.
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Tempos depois, a família mudou-se para Santa Cruz, onde o pedreiro realizou trabalhos diferenciados na construção. Quando alguém queria um detalhe artístico em sua casa, como um frontão decorado, contratava Jähn. Ele faleceu aos 78 anos, mas sua obra pode ser visitada em Dona Josefa.