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“A gente vai dar um soco na cara dela”, diz Robinho em áudio usado em condenação por estupro

Robinho cometeu crime de estupro em 2013 e foi condenado pela Justiça italiana | Foto: Ansa

Novos áudios das conversas de Robinho com amigos, usados pela Justiça Italiana na condenação do jogador, foram revelados nesta quarta-feira, 14, pelo podcast “Os Grampos de Robinho”, do UOL. O ex-atacante do Santos e da seleção brasileira foi sentenciado em última instância a nove anos de prisão pelo crime de estupro cometido contra uma mulher albanesa, em uma casa noturna em Milão, em 2013, quando atuava pelo Milan. Ele entregou o passaporte e está proibido de deixar o Brasil, mas continua em liberdade pelo fato de o País não extraditar brasileiros.

As gravações são de uma conversa entre Robinho e Ricardo Falco, amigo do jogador e também condenado na ação, ocorrida em 24 de abril de 2014. O conteúdo divulgado é sensível. Nos áudios, Robinho afirma ter mantido relações sexuais com a jovem albanesa “É, eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”, disse.

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Robinho disse ainda que daria um soco na cara da vítima e demonstrou preocupação com a divulgação do caso. “A mina sabe que tu não fez porra nenhuma com ela, ela é idiota? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘Porra, que que eu fiz contigo?'”, disse. “C****, se esse bagulho sair na imprensa, eu vou me f***.”

Em outra conversa, com o músico Jairo, responsável por ceder o camarim onde Robinho e os amigos praticaram o crime, Robinho ri e nega que tenha estuprado a jovem. Em um dos áudios utilizado pela Justiça italiana, Robinho afirma que viu os amigos fazendo sexo com a mulher. Ele diz que os companheiros seriam incriminados.

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“Eu vi o Rudney ‘rangando’ ela e os outros cara ‘rangando’ ali. Então, os caras que rangaram ela vão se f***”, diz. “Ninguém vai dizer que você fez porra nenhuma com a mina, nem tu nem o Jairo. Pros moleque vai, pro seu Claytinho, pro seu Galan, pro seu Alex. O Galan não, ele não fez nada, mas se a mina botou o nome dele, vou fazer o quê? Agora Claytinho, Rudney e Alex, tá morto.”

Caso Robinho

De acordo com as investigações e a condenação na Justiça Italiana, Robinho e cinco amigos estupraram uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava seu aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Ele foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação e, por isso, a participação deles no ato é alvo de outro processo.

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Os defensores de Falco também dizem que o cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação. Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que o cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que o único arrependimento foi ter sido infiel com a mulher. Robinho é casado.

O advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou à época que ela poderia ter solicitado o pagamento de 60 mil euros (cerca de R$ 400 mil) por danos morais, mas optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos. Na visão dele, o tribunal de Milão que condenou Robinho fez uma análise correta do caso.

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Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou a jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os áudios revelados agora já estavam transcritos nos processo.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são um “auto acusatório”. As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou ao atleta sobre a investigação.

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Robinho e Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, obrigando alguém a manter relações sexuais por condição de inferioridade “física ou psíquica”.

Os advogados de Robinho afirmam que o atleta não cometeu o crime do qual é acusado e alegaram que houve um “equívoco de interpretação” em relação às conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano.

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A repercussão negativa sobre o caso de estupro fez com que Robinho tivesse a contratação suspensa pelo Santos em outubro de 2020. Ele foi anunciado como reforço pelo clube da Vila com vínculo por cinco meses. Porém, a pressão de patrocinadores e a divulgação de conversas sobre o caso provocaram forte repercussão, e o clube optou por suspender o contrato do jogador. Atualmente, ele vive em Santos.

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