Com a cobertura de duas Olimpíadas carimbadas no passaporte, o jornalista Eleno Hausmann, o Professor Olímpico, credenciou-se, em nome da Gazeta do Sul, para acompanhar os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Entre os dias 13 e 29 de julho, 5.662 atletas de 42 países competiram naquele que é o maior evento de congraçamento pelo esporte nas Américas.
A edição envolveu 47 modalidades. O Brasil terminaria em terceiro lugar, atrás dos Estados Unidos e de Cuba, computando 52 medalhas de ouro, 40 de prata e 65 de bronze, num total de 157. Eleno fazia inserções diárias na Rádio Gazeta e compartilhava informações com os leitores da Gazeta do Sul, mostrando situações dos bastidores e conversando com atletas, o que não aparecia nas grandes mídias de expressão nacional.
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E Eleno pôde narrar para a Rádio Gazeta, ao vivo, da sala de imprensa, a formidável conquista da santa-cruzense Sabine Heitling, que obteve o ouro nos 3 mil metros com obstáculos, no dia 28 de julho. Foi a primeira vez na história do Pan que o Brasil conseguiu subir no pódio nesta prova. Hoje com 32 anos, Sabine na ocasião acabara de completar 20 anos, dias antes da prova, em 2 de julho.
“O Pan de 2007 foi um evento muito legal”, rememora Eleno. “Como ocorreu no Brasil, pude fazer todo o meu credenciamento com calma, o que me trouxe bastante condições de trabalho. Eu tinha acesso a todas as áreas”. Ele ficou hospedado no Colégio Cruzeiro do Sul, então coordenado por Valdomiro Dockhorn, que trabalhara no Colégio Mauá na época, os dois colégios da mesma Rede Sinodal, e que agora, por sinal, está novamente em Santa Cruz. Par cumprir o percurso até o parque olímpico, fazia o roteiro de ônibus.
“E lembro que eu estava justamente dentro do ônibus, indo para casa, quando minha esposa me ligou para comentar que ocorrera uma tragédia em São Paulo”, frisa. Tratava-se da queda da aeronave da TAM do voo 3054, que havia decolado de Porto Alegre no dia 17 de julho e, ao pousar na pista de Congonhas, colidiu com o prédio da TAM Express. Todos os 187 passageiros e tripulantes a bordo do A320 e mais 12 pessoas em solo morreram.
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O acidente, logo nos primeiros dias dos jogos, marcou profundamente todo o evento. Mas, no Pan, Eleno pôde assistir a muitos jogos de basquete e vôlei e a diversas provas de atletismo. Encontrou muitos conhecidos já dos eventos anteriores a que fora. “O Fernando Larralde, que trabalhou aqui, era o gerente do ginásio onde aconteciam os treinamentos do basquete. E revi o Wlamir Marques, que era meu coach quando joguei basquete; o Hélio Rubens, e o Jorge Peçanha também estava por lá.”
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Mas o grande ápice, segundo ele, foi a conquista de Sabine. “Recordo que estava chovendo muito no Engenhão, e saí de meu setor para ficar dentro da sala de imprensa, de onde podia acompanhar a prova em monitor. Eu estava ao vivo para a Gazeta, e conforme a prova foi se desenvolvendo, fui me emocionando e erguendo o tom de voz. Toda a sala de imprensa ficou olhando para mim porque eu estava, entre aspas, atrapalhando o trabalho dos outros jornalistas. Mas no final todos vibraram comigo, me abraçaram, e comemoramos ali na sala de imprensa a conquista da Sabine. Depois saí e fui até a pista. Isso me marcou muito. Foi um momento de muita emoção, e me sinto muito feliz por ter presenciado esse feito.”
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