Em 18 de junho completaram-se 10 anos desde que faleceu o até hoje único autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, a maior honraria mundial concedida a um escritor: o português José Saramago. Nascido em Azinhaga, pequena aldeia no interior de Portugal, com o nome de batismo de José de Souza, ao qual foi agregado para a posteridade o apelido que a sua família recebera, Saramago, ele faleceu na Ilha de Lanzarote, nas Canárias, na Espanha, aos 87 anos, ambiente em que se radicara com a esposa, Pilar del Rio.
Saramago foi agraciado com o Nobel, em 1998, pelo conjunto de sua obra, da qual, naquele momento, sobressaíam romances formidáveis, como Levantado do chão, Memorial do convento, A jangada de pedra, O evangelho segundo Jesus Cristo e Todos os nomes, entre outros livros de contos, crônicas, peças teatrais e poesia.
E foi já na condição de primeiro e único ganhador do Nobel para obra em língua portuguesa, prêmio recebido meio ano antes, que em abril de 1999 José Saramago, acompanhado de Pilar, desembarcou em Porto Alegre. Vinha especialmente para receber, por iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o título de doutor honoris causa, que lhe foi atribuído por essa instituição. Mas também para proferir uma concorrida palestra, como não poderia deixar de ser diante da celebridade que agora era. E a Gazeta tratou de se fazer presente para registrar essa visita, cercada de ampla divulgação e de muita pompa.
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O jornalista Romar Rudolfo Beling, então na equipe de Cadernos Especiais da Gazeta do Sul, e já do quadro iniciante da recém-constituída Editora Gazeta, e o fotógrafo Lula Helfer foram destacados a fazer a cobertura da visita de Saramago. A cerimônia ocorreu no dia 26 de abril de 1999, e o escritor foi recepcionado por autoridades, direção da Ufrgs, corpo de professores e alunos, jornalistas e população em geral, familiarizada com as obras importantes da literatura. No próprio ambiente do Salão de Atos da Ufrgs, o escritor, na companhia de Pilar, inicialmente concedeu uma longa entrevista coletiva, respondendo a questões formuladas por dezenas de jornalistas.
Logo após a coletiva para a imprensa, Saramago dirigiu-se com as autoridades até as dependências do Salão de Atos da Ufrgs, com Lula registrando cada passo dos deslocamentos da comitiva pelo ambiente. E a aula magna proferida pelo escritor foi acompanhada pelo público em um auditório completamente lotado.
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Foi uma oportunidade em que afirmou a importância, para a literatura portuguesa, do Prêmio Nobel, que, desde então, os escritores dessa língua, em Portugal, no Brasil e na África, perseguem e aguardam com expectativa a cada ano. Antes de 1999, Saramago estivera em Porto Alegre em 1989, 1992 e 1997, e ainda retornaria em dezembro de 2000, para lançamento de seu romance A caverna, e em janeiro de 2005, quando participou do Fórum Social Mundial, ao lado do uruguaio Eduardo Galeano.
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Além de A caverna, Saramago ainda publicaria outros romances referenciais, a exemplo de O homem duplicado, de 2002; Ensaio sobre a lucidez, de 2004; As intermitências da morte, de 2005; A viagem do elefante, de 2008; e Caim, de 2009. Mas em sua primeira vinda ao Estado após o anúncio do Nobel, a Gazeta, é claro, esteve lá.
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