Em 2004, por ocasião das comemorações dos 180 anos de colonização alemã no Brasil, em referência à chegada dos primeiros imigrantes à atual São Leopoldo, em 1824, a Gazeta desenvolveu ação que teve aval da Lei de Incentivo à Cultura. O trabalho resultou no livro Terra de bravos: imigração alemã no Brasil – 180 anos, publicado pela Gazeta, com distribuição nacional, sob coordenação do jornalista Romar Rudolfo Beling, então editor na Editora Gazeta, com apoio do professor e pesquisador Jorge Luiz da Cunha, da Universidade Federal de Santa Maria, ensaios e artigos dele e de outros especialistas, e fotos elaboradas pelo fotógrafo Inor Assmann.
Pelo projeto, uma equipe da Gazeta visitou todas as áreas nas quais houve projeto oficial de colonização alemã por ação do Império brasileiro. Ao longo de meses, Beling e Assmann percorreram oito estados para entrevistar especialistas e autoridades, consultar acervos de bibliotecas e registrar em fotos os vestígios ainda nítidos que remetessem às contribuições sociais, culturais e econômicas dos alemães.
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A primeira parada foi o Rio de Janeiro, porque, afinal, um grupo de imigrantes alemães fixou-se nas cercanias do Rio, na época a capital do Império, antes mesmo da vinda do primeiro grupo de colonos a São Leopoldo. Os primeiros colonos alemães chegaram a Nova Friburgo, na região serrana do Rio, a quase mil metros de altitude, no dia 3 de maio de 1824.
A data só não é oficialmente adotada como o marco zero da colonização alemã no País porque ali a expansão da colônia germânica não ocorreu com a mesma intensidade do que no Sul. Em região na qual não se sentiam à vontade para as áreas produtivas às quais se sentiam vocacionadas, os imigrantes acabaram ficando mais isolados, e na companhia de suíços. Parte dos primeiros imigrantes se transferiu depois para a capital do Império, em busca de melhores oportunidades, e outros inclusive migraram para o Rio Grande do Sul, tão logo, pouco mais de dois meses depois, a colonização começou de forma oficial na Real Feitoria do Linho Cânhamo, às margens do Rio dos Sinos.
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Deste modo, enquanto grupos cada vez mais numerosos de alemães se fixavam no Rio Grande do Sul, a colônia de Nova Friburgo não cresceu muito. Por isso, a colonização do Rio Grande do Sul é tida como a mais bem-sucedida e, como tal, a que oficialmente é comemorada e celebrada. Em sua visita a Nova Friburgo Beling e Assmann foram recepcionados, em 2004, pelo pastor Armindo Laudário Müller e por sua esposa Marina, que antes havia atuado na Comunidade Evangélica centro em Santa Cruz do Sul e agora estava justamente na Comunidade Evangélica de Nova Friburgo. Ali, como pesquisador auto-ditada, inclusive elaborara e publicara em 2003 o livro O começo do protestantismo no Brasil, de maneira a reconhecer a proeminência da religião luterana e a organização comunitária em Nova Friburgo e na serra carioca.
Müller inclusive serviu de guia para Beling e Assmann na pesquisa. Posteriormente, o jornalista e o fotógrafo estenderam sua pesquisa a Teresópolis e Petrópolis, onde as marcas da presença alemã são igualmente muito nítidas, e ainda cultivadas. O pastor Armindo Müller, que é natural de Panambu, hoje é aposentado; ele e a esposa residem novamente em Santa Cruz do Sul.
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