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A Gazeta esteve lá: na casa de Santos Dumont

A história do mineiro Alberto Santos Dumont é suficientemente conhecida, com sua projeção para a posteridade, ou para a glória. Afinal, é o inventor da primeira maneira eficiente de voar, o que demonstrou ao contornar a Torre Eiffel, em Paris, com seu dirigível nº 6, em 1901, e, mais tarde, ao construir o 14-bis, com o qual, em novembro de 1906, fez voo de 220 metros também em Paris.

Santos Dumont, que nasceu em Palmira (MG) em 20 de julho de 1873 e morreu no Guarujá, em São Paulo, em 23 de julho de 1932, aos 59 anos, viveu em muitas cidades e circulou pelo mundo. Mas uma de suas residências, em especial, segue atraindo multidões, pelas circunstâncias que envolvem sua construção, em todos os detalhes idealizada pelo próprio inventor.


É a casa hoje conhecida como A Encantada, erguida em área residencial de Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro, a pouco mais de 60 quilômetros da capital carioca, na época capital do Brasil. Hoje com 186 mil habitantes, a mais de 800 metros de altitude, a cidade constitui refúgio para o qual famílias aristocráticas desde o período imperial se dirigem, em busca de clima ameno. Foi fundada em 1843, como a denominação evidencia, por iniciativa de Dom Pedro II. Já desde o período colonial a família imperial se sentia atraída para os bons ares da região, e a decisão de iniciar ali um assentamento implicou inclusive na atração de imigrantes alemães, que ajudaram na construção da povoação e da estrada real para Minas Gerais.

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Foi em virtude de pesquisas sobre a imigração alemã nessa área, em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, que a Gazeta visitou a Serra do Rio de Janeiro, em 2004. O jornalista Romar Rudolfo Beling, então editor na Editora Gazeta, e o fotógrafo Inor Assmann percorreram a região, e também foram a Juiz de Fora, em Minas Gerais. E nessa ocasião igualmente foram conhecer a famosa A Encantada, hoje transformada em Museu Casa de Santos Dumont. Ela foi toda projetada pelo proprietário, em área íngrime. Por isso, é estreita, incrustrada no morro, e erguendo-se em vários níveis. Foi construída em 1918, pouco mais de uma década depois do grande feito mundial do aviador. A própria rua na qual se situa atualmente é conhecida como Rua do Encanto, e atrai turistas em tempo integral.

Escada determina qual pé usar para subir | Foto: Inor Assmann

Algumas curiosidades típicas de um inventor chamam a atenção. Ela possuiu o primeiro chuveiro de água quente do Brasil, com aquecimento a álcool. Já a escada externa, em caracol, só se pode começar a subir com o pé direito, com a disposição do degrau obrigando a esse gesto; e a interna, por sua vez, da mesma forma só se pode começar a subir com o pé esquerdo.

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Casa não possui divisórias | Foto: Inor Assmann

Em seus cômodos, a casa simplesmente não tem nenhuma divisória, com a distribuição dos espaços de tal forma, em planos elevados, que dispensam essas divisórias. Por fim, outra peculiaridade é que a casa não possui cozinha. Santos Dumont estava decidido a não se ocupar com tais tarefas, e rigorosamente encomendava todas as suas refeições do restaurante do Palace Hotel, situado próximo. Por fim, o brinco é um observatório exclusivo instalado sobre o telhado, ao qual necessariamente só se tem acesso subindo os três andares da casa, a partir de onde seu morador ilustre podia se dedicar ao que mais gostava: perscrutar o céu, dia e noite, para dar asas à imaginação.

O telhado foi transformado em observatório | Foto: Inor Assmann

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