O esporte brasileiro e mundial viveu no fim de novembro e nos primeiros dias de dezembro de 2016 alguns dos momentos mais tristes de sua história. Na noite do dia 28 de novembro daquele ano, por volta das 22 horas, o voo LaMia 2933 caiu na região do Cerro El Gordo, nas imediações do aeroporto de Rionegro, na cidade de La Unión, departamento de Antioquia, na Colômbia. A bordo estava a equipe da Associação Chapecoense de Futebol, a popular Chape, que se dirigia ao país vizinho para disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana daquele ano. Tratava-se do maior feito futebolístico da história do clube, no entanto tragicamente interrompido por conta do acidente aéreo.
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Com a queda da aeronave, que havia sido fretada pelo clube, morreram 71 pessoas, entre tripulantes, jogadores, equipe técnica, dirigentes, autoridades e jornalistas que transmitiriam a partida, a ser disputada contra o Atlético Nacional, em Medellín. Os brasileiros foram despertados, na madrugada do dia 29, e acompanharam incrédulos as notícias transmitidas a partir da Colômbia. As primeiras informações relacionadas ao resgate, em área de difícil acesso, ganharam contornos cada vez mais terríveis à medida em que se tinha clareza da amplitude da tragédia. No final, das 77 pessoas a bordo, apenas seis restaram com vida.
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Dentre os que pereceram, 20 eram jornalistas brasileiros, nove eram dirigentes, entre os quais o presidente da Chape; 14 faziam parte da comissão técnica e 19 eram jogadores, além dos sete tripulantes e de dois convidados do clube. Dos sobreviventes, quatro eram passageiros e dois tripulantes. As horas que se seguiram à retirada dos corpos da região de Cerro El Gordo (hoje renomeado, em homenagem, para Cerro Chapecoense), o translado para o Brasil e os procedimentos de velório e de sepultamento nas diversas cidades de origem das vítimas da tragédia pararam o País e vários outros recantos. Mesmo na Colômbia a ocorrência afetou de modo dramático a rotina. E o próprio Atlético Nacional propôs que o título da Sul-Americana daquele ano fosse atribuído em memória à Chapecoense, o que a Conmebol efetivamente acatou.
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Mas o epicentro da comoção no Brasil foi a chegada dos corpos da grande maioria das vítimas diretamente identificadas com a equipe da Chapecoense, nos dias 2 e 3 de dezembro de 2016, com o velório coletivo tendo sido realizado na Arena Condá, o estádio do clube. Ali, onde a equipe teria disputado o jogo de volta da grande final na semana seguinte, familiares e a torcida despediram-se para sempre de seus ídolos. Cinquenta das vítimas foram veladas de forma coletiva na manhã de sábado, 3 de dezembro, sob uma chuva fina e persistente, e a Gazeta se fez presente a esse ato, de profunda comoção, por meio do jornalista Cássio Fernando Filter.
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Então integrante da equipe da Editora Gazeta, ele deslocou-se para acompanhar toda a movimentação na cidade catarinense naqueles instantes de dor, tristeza e solidariedade entre a nação da Chapecoense. Filter conversou com familiares de jogadores e da comissão técnica, com autoridades e dirigentes, com ex-atletas e integrantes de equipes de transmissão daquele cerimonial, e deixou evidente, em sua própria emoção e comoção, o quanto aqueles dias se fixariam para sempre no imaginário e na memória de todos.
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