É na música que Gabriel Hirsch Auler encontra força para superar as dificuldades que a vida lhe impôs. Aos 13 anos, o estudante do 5º ano da Escola Municipal Félix Hoppe, em Linha Nova, interior de Santa Cruz do Sul, enfrenta desafios de gente grande, mas também canta e toca instrumentos com uma destreza surpreendente. “Ele é diferenciado, canta com ritmo. Aprende rápido, toca violão, guitarra, bateria e já está aprendendo baixo. E tem notas boas, requisito para fazer parte da oficina”, atesta o professor José Peixoto, que comanda um projeto de música há dez anos na escola.
As aulas acontecem todas as segundas-feiras. E a cada semana, Gabriel aprende uma música nova. O garoto tem sensibilidade musical, bagagem adquirida nos seis anos que convive com os instrumentos.
Mas as notas e acordes também servem para Gabriel buscar um pouco mais de tranquilidade. No lar, ele convive com um drama. Sua mãe, Laci Hirsch, de 53 anos, enfrenta um câncer de pulmão. Já o pai abandonou a família quando o garoto ainda engatinhava. Gabriel é um sobrevivente: o irmão gêmeo morreu ainda no parto. “Em casa, ajudo minha mãe em tudo, inclusive corto lenha”, confidencia Gabriel. “Ele já é um homenzinho. Está sempre ao meu lado”, atesta Laci.
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Recentemente, membros da Ordem Demolay auxiliaram com a doação de caixas de leite, alimento que ajuda na elevação da imunidade, além de um rancho. Laci necessita de ajuda constante. Em razão da doença, precisa ter uma alimentação balanceada. A renda é de um salário mínimo oriundo de aposentadoria conquistada na Justiça, além de um valor do Bolsa Escola. “Já fiz dez sessões de quimioterapia, às vezes fico mal, nem consigo levantar. Tenho falta de ar e tosse. Já nem me olho no espelho. Estou sem cabelo, toda inchada. Mas tento não entrar em depressão, até para não afetar o Gabriel”, desabafa.
Duas filhas casadas moram longe – uma em Bagé e outra em Santo Augusto. A outra no Bairro Bom Jesus. Um outro filho também mora no Bom Jesus, mas, segundo Laci, já não tem muito contato com a família. Se a música ampara Gabriel, é o Gabriel que ampara Laci, que se emociona com as palavras do garoto: “A gente briga, mas a gente se ama, mãe”, apoia o companheiro de todas as horas.
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Como ajudar
Todo o tipo de ajuda é bem-vinda para Gabriel e sua mãe. Quem quiser colaborar pode entrar em contato com Laci pelo telefone 9515 9971.
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