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A força de uma mãe que nunca perdeu a fé e nem a esperança

Foto: Rafaelly Machado

Embora estatísticas apontem que o número de crianças por família esteja diminuindo, a maternidade, sem dúvida, ainda é o desejo de muitas mulheres. Esse também sempre foi o sonho de Silviane Bica Cardoso. E, para realizá-lo, ela teve que passar por algumas inseminações artificiais. Foi somente na terceira que se concretizou. Depois de um pré-natal e uma gravidez muito tranquilos, em janeiro de 2019, nascia a Juju. Porém, aos sete meses de vida, veio o diagnóstico: Júlia tinha atrofia muscular espinhal, uma doença rara e cujos medicamentos são de difícil acesso.

Silviane, que é médica endocrinologista, conta que foi um momento muito difícil na vida dela e do marido, o também médico Ramsés Torres. “De repente, eu, que sempre cuidei de outras pessoas, me vi do outro lado, me senti como uma paciente. Quando é com um filho, a sensação de impotência é imensa e, no caso da Júlia, ainda mais dominante, por ser uma doença rara, com o tratamento que ainda estava chegando”, relembra. Logo eles ficaram sabendo que existia uma medicação capaz de conter o avanço da doença, mas com um valor exorbitante, que família não tinha como dispor. “Tivemos a informação de que o remédio custava R$ 9 milhões. Nós não tínhamos condições de comprar, mas ela precisava desesperadamente da medicação. Só pensei em Deus naquele momento. Percebi, mesmo como médica, minha impotência e fragilidade, sem ter o poder de curar a minha filha.”

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Diante desse inesperado, ela se apoiou na solidariedade das pessoas. Foi aí que começaram as campanhas de arrecadação. “Inúmeras ações foram feitas. A corrente de apoio foi maravilhosa, e eu sempre serei grata. Mas a quantia era muito alta, e o tempo estava passando. Contudo, acreditávamos que conseguiríamos na Justiça a complementação do valor necessário para fazer a medicação antes que a Júlia completasse 2 anos. E isso nos foi negado”, diz Silviane. O alívio chegou em setembro de 2020, quando a Juju foi sorteada por uma farmacêutica para receber a medicação no Brasil.

Sem perder a fé

Silviane conta que foi uma luta árdua. “Tu tens que ir em frente, não tem outra opção. É instintivo e eu acho que foi daí que veio a minha força”. Mas, para isso, muitas vezes ela deixou a própria vida de lado. Tudo era feito pensando no bem-estar e na cura da sua filha, sempre com a crença de que daria tudo certo. “Desde o início da jornada, eu pressentia isso. Eu sentia que iríamos conseguir. E esse sentimento era compartilhado por todas as pessoas que estavam ao meu redor”, recorda. Hoje, depois de tudo, ela diz que sente paz. Que os momentos de angústia passaram. “Na verdade, eu tinha muito medo que ela morresse antes de conseguir a medicação. O tempo todo eu tinha esse medo, mas hoje estou em paz”. A mãe da Juju acrescenta que ficou um grande aprendizado dessa experiência: “Eu não passei por isso por acaso. Se passei, foi porque eu tinha que aprender algumas coisas. E a solidariedade, o amor ao próximo, foi uma delas. Simplesmente ame, não importa a quem. Com pequenos gestos, tu podes mudar muitas coisas”, finaliza.

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