No local em que foram assentados os primeiros imigrantes alemães a chegar ao Rio Grande do Sul, em 1824, funcionara por cerca de uma década uma fazenda destinada à produção de linho cânhamo. Curiosamente, caso esse empreendimento tivesse sido bem-sucedido, apoiado na exploração de mão de obra escrava, talvez até mesmo os rumos da colonização germânica oficial no Estado tivessem sido outros. Se esta tivesse ocorrido de todo modo, provavelmente teria sido desencadeada em outro ambiente, e não ali, às margens do Rio dos Sinos, e nas imediações da capital da Província, Porto Alegre.
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O casarão original que constituía a sede da Real Feitoria do Linho Cânhamo, e que acomodou provisoriamente as primeiras famílias de colonos, foi sendo preservado ao longo do tempo como um memorial. Em mais de uma ocasião, mereceu esforços de revitalização, como o liderado, no início da década de 1940, pelo famoso arquiteto Théo Wiederspahn, o mesmo que, entre outros projetos, idealizou o Hotel Majestic, atual Casa de Cultura Mario Quintana, situada no centro da capital.
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No entanto, à véspera do bicentenário da imigração alemã, e transformado em Casa do Imigrante, a histórica construção vive dias melancólicos, com parte do telhado tendo desabado, além de infiltrações e cenário decadente. O pesquisador e historiador Carlos de Souza Moraes, autor, entre outros títulos, do referencial O colono alemão, dedicou um volume exclusivamente a contextualizar a instalação da fazenda de produção de fibra. Em Feitoria do Linho Cânhamo, lançado pela editora Parlenda, em 1994, recupera os antecedentes e o histórico de tentativas e de insucessos daquele empreendimento.
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