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A fadiga dos metais

Não importa o clima, a cotação do dólar, o comportamento da bolsa de valores. Elas aparecem sempre, igual aos vacilos da Seleção Brasileira, só que duas vezes por ano. Não faltam jamais para a minha desgraça. São elas, as minhas crises do nervo ciático ou, como dizia minha avó, “nervo asiático”. Sei que muitos sofrem desse mal e por isso podem atestar o sentimento que perpassa estas mal traçadas linhas. Quem nunca enfrentou essa desgraça, por favor, erga as mãos para o céu, agradeça e reze para nunca ser vítima de mais uma “moléstia da vida moderna”.

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Sem jamais falhar, em janeiro ou fevereiro, e em novembro e dezembro, sou paciente da clínica Protrauma, localizada na zona norte de Porto Alegre, onde resido. Apareço para ser submetido a um tratamento emergencial. O procedimento consiste em uma injeção – o famoso “bloqueio” (contra a dor) –, aplicada diretamente na parte inferior da coluna. A fórmula contém dose generosa de xilocaína somada a outros analgésicos para estancar o desespero que impede movimentos básicos, como caminhar. Poucas horas depois, a dor lancinante que castiga sem piedade cede, dando lugar ao alívio gradual.

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Já sofri episódios bizarros de dor tão intensa que precisei pedir ajuda de minha filha para calçar as meias e o calçado porque era impossível me agachar. Noutra ocasião, o motorista do Uber precisou ajeitar minhas pernas para embarcar e desembarcar do veículo. Um “mico”, como diz a gurizada.
Semana passada o drama repetiu-se, mas depois de muitas brincadeiras durante a consulta, o doutor Ladimir Koscluk – de origem ucraniana – me olhou fixamente e disparou:

– É melhor tu fazer uma ressonância para investigar as causas das crises e começar um tratamento sério!
No dia seguinte, às 20 horas, estava na Serpal Clínica de Diagnóstico onde, para surpresa das gurias atendentes, adormeci dentro daquele “túnel” cheio de ruídos estranhos. Em breve terei o diagnóstico de tamanha dor, em associação à hérnia de disco.

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Faz algum tempo que criei coragem para enfrentar velhos fantasmas. Arrependo-me por não ter feito isso antes. Evitaria dissabores e perda de tempo. A dor ensina a gemer. Com discernimento é possível minimizar sofrimentos.

Além da teimosia germânica, às vezes acho que tenho solução para os obstáculos pela experiência acumulada. Além de caminhadas diárias e da tentativa de melhorar a alimentação, agora convivo com sessões de fisioterapia. A craque Ana Cláudia Machado, especialista do Serviço de Perícias Médicas do Tribunal de Contas do Estado, onde trabalho, usa técnicas eficazes e conselhos valiosos para o conforto do cotidiano. Graças a ela a vida tem sido menos penosa. Juro que seguirei as recomendações para ter longevidade e qualidade de vida.

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Guilherme Bica

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