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A experiência de um ano

Embora evite falar muito do assunto, uma vez que ele já está em evidência e é notícia o tempo todo, é difícil escapar de sua avaliação pelo nível de interferência na vida própria e da comunidade onde se vive. Pois já faz um ano que estamos em vida epidêmica, e não há como deslocar o olhar deste período marcante e não ser afetado de algum forma, pelas mudanças que trouxe, embora, como já dizia um famoso escritor (Albert Camus), “com o tempo acabamos nos acostumando a tudo”.

Mas é certo também que fica difícil nos acostumar a tantas situações graves que o evento provocou e que parecem não se afastar mais, porém, ao contrário, aproximam-se cada vez mais. Pessoal e felizmente, foi possível atravessar este período anual sem maiores adversidades, buscando a adaptação possível e necessária desde o início e, até o momento, não sendo atingido de forma direta pelo mal.

Desde logo, os dilemas do “certo ou errado” apareceram (e foram comentados neste espaço), mas era preciso e foram tomadas as decisões exigidas com base no conhecimento disponível e do bom senso, mostrando-se ao longo do tempo, e até esta altura, resolutivas. Inserido já no grupo de risco, estava presente também o apelo familiar para que não saísse de casa, o que pareceu exagerado demais para quem já havia incorporado em sua rotina diária a caminhada para o trabalho, como parte de novos hábitos assumidos que visavam justamente a saúde e vinham comprovando real eficácia.

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Assim, a primeira atitude foi a de manter, pelo menos em parte, essa caminhada, com a devida proteção e evitando aglomerações. O uso da máscara, adotado desde que foi exigido, não representou nenhum empecilho e, devo ressaltar nessa experiência pessoal, apresentou uma notória eficiência na defesa contra o famoso vírus. E mesmo, desde então, passando todo o inverno e todos os altos e baixos da pandemia, nem sequer sinais de resfriado chegaram perto, o que só pode ser relacionado à utilização desse dispositivo protetor, ao lado das medidas de constante higienização das mãos e rosto, reforçadas no período.

Foi possível observar, neste tempo e agora felizmente já com menos frequência, muitas resistências à adoção desse equipamento, que se mostra realmente indispensável na aproximação com outras pessoas e precisa ser de fato orientado e cobrado cada vez mais. Inclusive em meio à última polêmica sobre fecha-ou-não-fecha de serviços, a crença pessoal é de que uma reabertura maior possivelmente não teria tanta influência como a preconizada, desde que obedecidas e fiscalizadas com a devida rigidez as providências protetivas recomendadas.

Precisa-se, é claro, compreender a difícil posição dos que têm que decidir nestes momentos sobre a vida das pessoas, e aceitar que sempre devem prevalecer as orientações das autoridades no assunto. Ninguém tem a verdade absoluta, mas os responsáveis, por certo, buscam o melhor para todos com respaldo nos dados mais confiáveis disponíveis. Além disso, a atenção para as experiências vividas e o sempre necessário diálogo, por fim, não podem faltar nesta receita para encontrar, junto com a vacina, a esperada luz no fim deste túnel e o retorno à saudosa normalidade.

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