“- Olhe, olhe bem, lá no horizonte. Não consegue ver?” É assim que Utopia convida o amigo Sebastião a enxergar o caminho para um novo mundo a ser descoberto. A nova peça da Andarilhos Companhia Teatral, de Rio Pardo é um convite para encararmos a vida de outra forma. Dois artistas de rua, um tanto antagônicos, são os protagonistas do espetáculo, com estreia e reapresentação em 22 e 23 de setembro.
Debruçada na inspiração de clássicos da literatura, a pequena fábula é capaz de sensibilizar os corações mais ácidos. A peça, com cerca de uma hora e meia de duração, é voltada para todos os públicos. Reúne momentos de comédia com outros que prometem lágrimas da plateia.
“Em tempos de cólera, ‘A Estrada para o Novo Mundo’ tem os contornos de um espetáculo imprescindível e fundamental. Nos faz rir e chorar, nos tira do conforto e nos acalenta, nos faz, acima de tudo, acreditar que um mundo melhor é possível. Dirigir esse trabalho, apoiado por um elenco competente e dedicado e por uma equipe absurdamente generosa, não é só um grande prazer, é um delicioso privilégio” deleita-se o diretor Dmitri Rodrigues.
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O ator Cássio Mello é quem dá vida a Sebastião, mais conhecido como Bastião. O personagem percorrerá muitos mundos na sua busca por um lugar onde os sonhos sejam possíveis. Ranzinza, pessimista e um tanto irritadiço, apesar de cheio de afeto, é o contraponto da encantadora Utopia. “Acho que a peça faz com que a gente olhe o ser humano com outros olhos, no mínimo, com um pouco de esperança”, reflete o artista.
A jovem Daryane Silveira, 18 anos, interpreta Utopia, personagem que lhe fez, nos meses de preparação para o espetáculo, enxergar o mundo de outra forma. Receita que ela agora espera conseguir passar ao público.
“É uma das mais lindas experiências pela qual já passei. Subir ao palco pela primeira vez interpretando uma personagem tão alegre, gentil e esperançosa, me fez acreditar que o mundo realmente pode ser bem melhor do que ele é. Espero que ela estimule o público a ver o mundo de forma mais doce, como me ensinou a fazer”, afirma a atriz.
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Referências literárias
Os personagens de A Estrada, como é carinhosamente chamada pelo grupo, reúnem traços de histórias e fábulas conhecidas do público. Um corcunda que isolado em uma torre ou a jovem que se dedica aos cuidados com uma rosa remetem aos clássicos O Pequeno Príncipe e O Corcunda de Notre-Dame. O mundo quixotesco também está presente, em uma das cenas que, inclusive, cita alguns trechos do clássico de Miguel de Cervantes. O espectador mais atento poderá deparar ainda com outros autores e mensagens escondidas aqui e ali. Obras que de certa forma, falam sobre solidão, afeto e sobre olhar para o outro.
“Letícia Mendes (autora) nos presenteia, mais uma vez e com a delicadeza de sempre, com um texto que olha o horizonte com gentileza, com afeto, com o entusiasmo dos que são capazes de esperançar um futuro mais fraterno”, afirma Rodrigues.
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A Andarilhos
Há três anos, um grupo de atores amadores se reuniu para criar a Andarilhos Companhia Teatral. Desde lá, a companhia apresentou em Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre as peças “O Gran Circo Verona” (uma releitura do clássico Romeu e Julieta, com ambientação no circo) e “Francisco”, ambas com textos inéditos. Participa anualmente da produção do espetáculo Paixão e Morte de Cristo. Em outubro de 2016, foi uma das companhias do interior do Rio Grande do Sul selecionadas para o Circuito Cultural Cia de Arte, na Capital.
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O quê: A estrada para o novo mundo
Onde: Centro Regional de Cultura de Rio Pardo
Quando: 22 de setembro (sábado) às 20h e 23 de setembro (domingo), às 19h
Ingressos: R$ 10,00 (no Centro Regional, com o elenco ou pelos telefones 51-996547275 ou 51-995884955)
Ficha técnica:
Elenco: Cássio Mello (Sebastião), Daryane Silveira (Utopia), Viviane Vieira (Flor), Maicols Rocha (Aládio), Miguel Rodrigues (Arnaldo), Jones Mallet (Quasimodo) e Livia Aguiar (Lenina).
Produção: Andarilhos Companhia Teatral
Direção e iluminação: Dmitri Rodrigues
Dramaturgia: Letícia Mendes
Cenografia: Mateus Cunha
Projeção: Eduardo Sosa
Arte e fotografia: Gelson Pereira
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