“Na verdade eu queria viajar pelo mundo, conhecer a França, os Estados Unidos e ser professora.” É assim que Franciele Vieira Pinto, de 9 anos, descreve seus objetivos. Antes disso, porém, a santa-cruzense tem outro desejo mais urgente e que não depende apenas dela ou da família. “Meu sonho mesmo é que essa doença termine”, diz.
A patologia a qual Fran se refere é uma Leucemia Linfoide Aguda, descoberta quando ela estava com quatro anos. De lá para cá, muitas foram as batalhas. Quimioterapia, enjoos, longas viagens e internações na UTI. Nada, entretanto, que pudesse abalar a menina.
Cinco anos após a descoberta da leucemia do tipo mais comum em crianças, a resistência da filha é o que motiva a mãe Rosemeri Maria Cardoso. “Só Deus sabe o que a gente enfrenta. Corro para lá e para cá sozinha, mas tenho fé. Tudo vai dar certo”, resigna-se.
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Para tudo seguir como elas sonham, o objetivo é encontrar uma medula compatível para o transplante que pode eliminar o linfoma. Porém, o momento é de angústia. Conforme Rose, todas as possibilidades com familiares já foram descartadas, mas a esperança não diminui. “Pedimos a ajuda das empresas, para que realizem campanhas em busca de encontrar um doador para a minha filha. Por um pouquinho de sangue, uma pessoa pode salvar uma vida e trazer tanta felicidade, né? Não custa tentar”, conclama.
Em 2013, a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) de Santa Cruz – juntamente com o Hemocentro de Porto Alegre e a empresa Premium Tabacos – realizaram uma ação de coleta de amostras de sangue em busca de possíveis doadores de medula óssea, porém nenhum deles foi compatível. Para 2015, de acordo com o assessor de comunicação da entidade, Luzardo Ramos Júnior, mais uma campanha deve ser encaminhada. Até lá, os interessados em ajudar podem se submeter às coletas em qualquer um dos hemocentros do Estado localizados em Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Rosa, Santa Maria, Alegrete, Pelotas, Palmeira das Missões e Cruz Alta, das 8 às 18 horas.
De acordo com a assistente social e coordenadora da captação de doadores de sangue e medula do Hemocentro do Rio Grande do Sul (Hemorgs), Maria de Lurdes Peck, assim que um paciente é cadastrado no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), suas características genéticas passam por cruzamentos com a dos candidatos a doadores a fim de identificar a compatibilidade. “Não existe fila, o que existe é a dificuldade em encontrar um doador compatível. Para se der uma noção, de 100 mil doadores, apenas um é compatível. Por isso a espera”, esclarece. O Brasil faz parte de um cadastro internacional de doadores, em que mais de 4 milhões de pessoas estão inscritas e, hoje, está atrás apenas da Alemanha e dos Estados Unidos. “Quem se cadastra com 18 anos, fica até os 60 disponível para doar”, esclarece Maria de Lurdes. Quando são identificados possíveis doadores compatíveis, a informação é logo transmitida ao médico, que junto com a equipe do Redome, faz a escolha e é dado início aos procedimentos necessários.
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