O medo é o sentimento humano mais relevante. Por razões óbvias. Seu despertar e compreensão garantem a preservação da espécie. Quando em perigo, determina a reação.
Também pode interferir no resultado de uma eleição, na cotação de uma moeda, na oferta e demanda de alimentos, na reação ao anúncio de uma ameaça ambiental e climática, etc…Mas o mais assustador é o medo do outro!
Com o objetivo de proteção, prevenção e garantia humana e material, as providências têm expressiva repercussão nos negócios. Na economia, mais exatamente.
Observe ao seu redor. Grades, cercas elétricas e serpentinas. Guaritas, cães e câmeras de vigilância nas ruas, nas empresas, nos condomínios e residências.
Empresas com serviços de portaria, vigilância pessoal e patrimonial, rondas reais e virtuais. A pé, de bicicleta, de motos e carros. Isso no âmbito da reação e organização particular.
Na área pública, não é diferente. O mesmo sentimento determina a conduta operacional dos agentes públicos. Na alocação e priorização de recursos humanos, financeiros e materiais. Uma demanda interminável.
Agora, calcule o custo humano e social dessa ação, reação e organização ao sentimento do medo. Doenças mentais, lesões físicas e mortes muitas vezes. Remédios, internações hospitalares e orfandades.
Então, dito tudo isso, também é quase impossível calcular o custo financeiro – privado e público – do conjunto das ações e reações. São valores (dinheiro!) estratosféricos e que fazem falta no suprimento de uma série de outras necessidades pessoais e coletivas, particulares e públicas.
Se inevitáveis e inadiáveis, qual o lado bom e positivo desse conjunto de ações e reações ao sentimento do medo (se é que podemos afirmar como “lado bom e positivo”)?
Possivelmente, o único aspecto positivo é a criação de oportunidades de trabalho, emprego e a distribuição de renda. São milhões de pessoas voltadas à prestação de serviços nas áreas de segurança, direta e indiretamente.
Infelizmente, não é a destinação social, nem o emprego que sonhamos. Trata-se de um esforço pessoal e coletivo, humano, social e financeiro, que está faltando em outras áreas. A propósito, examine os números relacionados a educação, saúde e distribuição de renda. Catastróficos!
O Brasil está gravemente doente. Para muito além de nossas medíocres e ditas diferenças ideológicas e insanos debates. Do patético “nós contra eles”. Se não mudarmos de atitudes, as consequências negativas pessoais, coletivas e financeiras se agravarão!
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