Estamos ameaçados e acuados. Sentimento real ou psicológico, é o que sentimos. Desconfiança e insegurança. Observem nossas casas, pátios e empresas. Guaritas, grades, cercas elétricas e cães. São “bunkers”!
Nossas ruas são corredores gradeados. São alçapões. Não tem por onde entrar, nem por onde sair, nem para onde correr. Presa fácil do bandido de ocasião. Ou presa fácil de um cachorro violento e desgarrado.
Como aconteceu há alguns anos com a senhora Liane Anton, em Santa Cruz do Sul, que teve partes do seu corpo dilaceradas pelo ataque e violência de dois pitbulls. Em estado gravíssimo, ficou meses hospitalizada.
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Recentemente, no Rio de Janeiro, a escritora Roseana Murray também foi atacada por cães da raça pitbull. Dezenas de lesões graves e um braço amputado. Semanas de hospitalização. Felizmente sobreviveu.
Nesses casos, como em outros tantos, fica evidente a perigosa combinação de nossos medos, dos nossos excessos de proteção e de nossas negligências e imprudências.
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É o mesmo caso do pai que tem uma arma em casa, mas não a guarda com a devida cautela e zelo. Quantas tragédias não conhecemos consequência da inabilidade e curiosidade infantojuvenil.
Com os cães de guarda não é diferente. Ora são os canis impróprios, ora as cercas frágeis e as guias inadequadas. Mas a maior imprudência, a maior negligência, é a cega confiança que o dono nutre por seu cão.
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Muitos donos esquecem que seus “bichinhos” são animais irracionais. Apesar de estudos, pesquisas e adestramentos, não compreendemos e dominamos plenamente suas reações e seus limites.
Que “linguagem” animal é esta que alguns supõem dominar a ponto de cogitar/controlar/dialogar com seus bichos e suas reações ancestrais e atávicas?
Quanto às feras em destaque, a exemplo de pitbulls, rottweilers e dobermanns, em especial, com um histórico genético complexo e violento, a imprudência e a negligência dos donos dá margem à cogitação de ocorrência de dolo eventual. Ou seja, caso de polícia e de justiça!
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Quantas pessoas mais deverão sofrer (ou morrer), a exemplo de dezenas de idosos e crianças trucidadas, e outros tantos que restam mutilados e com prejuízos funcionais e estéticos irreversíveis?
Em respeito à imensa dor de Liane e Roseana, não vou simplificar e discorrer sobre condomínios, parques e ruas. Seja por razões de higiene pública, seja por razões de segurança das pessoas, não deveria ser assim tão simples e inconsequente a divisão dos espaços públicos com os animais.
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Afinal, na rua, no parque ou na praça, diante da aproximação de um cão, independentemente de sua simpatia e do seu tamanho, como adivinhar se é manso ou não? Explique isso para uma criança!?
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